Em CPI, Virginia Fonseca diz não se arrepender de promover apostas

A influenciadora Virginia Fonseca esteve no centro das atenções ao prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga sites de apostas digitais, conhecida como CPI das Bets. Durante o depoimento nesta terça-feira (13/5), a defesa de Virginia enfatizou que todas as suas ações foram realizadas dentro da legalidade e devidamente formalizadas. A influenciadora respondeu a questionamentos sobre os cachês recebidos por publicidades e contratos com grandes empresas de apostas online.

Virginia compareceu ao Senado Federal acompanhada de seu marido, o cantor Zé Felipe. A presença da influenciadora foi sugerida pela relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke, que buscava esclarecimentos sobre as atividades de publicidade realizadas por Virginia. A influenciadora, por sua vez, afirmou que não se arrepende das ações passadas e destacou que todas as suas iniciativas serviram como aprendizado.

Quais foram os principais pontos abordados no depoimento?

é chocante ver a soberba e como mesmo estando errada a virginia não aceita o erro e quer de todo jeito jogar a culpa pros outros kkkk cara de vdd vcs merecem o país pão e circo que o brasil virou por darem influência e poder pra esse tipinho de gente pic.twitter.com/dQ1XeG8j2l

— pedro (@pdrouchis) May 13, 2025

Durante o depoimento, Virginia Fonseca destacou que sua principal fonte de renda não advém das apostas online, mas sim de sua empresa de cosméticos, WePink, que faturou cerca de R$ 750 milhões em 2024. Ela também mencionou que sempre alertou seus seguidores sobre os riscos associados às apostas, especialmente para menores de 18 anos e pessoas com histórico de vício.

A influenciadora também comentou sobre a possibilidade de repensar a continuidade de suas publicidades relacionadas às casas de apostas. No entanto, ela ressaltou que a quebra de contratos com essas empresas não é uma tarefa simples, devido às multas milionárias envolvidas.

“Eu não me arrependo de absolutamente nada que eu já fiz na minha vida e acredito que tudo serviu de ensinamento. Então, eu fiz e hoje eu estou aqui depondo para colaborar com vocês. Então, eu espero que ajude”, disse Virginia.

“Então assim, vou pensar sobre, sim. Tem um contrato. Não é fácil quebrar um contrato, todo mundo sabe disso, são multas milionárias”, completou.

Como Virginia Fonseca se defendeu?

A defesa de Virginia Fonseca reiterou que todos os esclarecimentos solicitados pela CPI foram devidamente prestados e que a influenciadora está disposta a colaborar com as autoridades para esclarecer todos os fatos. A defesa também destacou o compromisso de Virginia em alertar seus seguidores sobre os riscos das apostas online, reforçando que todas as suas ações foram realizadas dentro dos limites legais.

“A defesa da influenciadora Virginia Fonseca ressalta que todos os esclarecimentos requeridos pela CPI das Bets foram prestados e que ela permanece à disposição para colaborar com as autoridades na elucidação de todos os fatos. A defesa ressalta que todas as condutas de Virginia foram dentro da legalidade e devidamente formalizadas, mantendo o compromisso de continuar alertando seus seguidores sobre os riscos das bets”, diz nota à imprensa.

Como a CPI das Bets está conduzindo a investigação?

A CPI das Bets tem como objetivo investigar as práticas de publicidade e os contratos firmados entre influenciadores digitais e empresas de apostas online. A comissão busca entender o impacto dessas ações no público, especialmente entre os jovens, e garantir que as práticas estejam em conformidade com a legislação vigente.

Com a presença de influenciadores como Virginia Fonseca, a CPI espera obter informações valiosas para regulamentar e fiscalizar melhor o setor de apostas digitais, garantindo que os consumidores estejam protegidos e cientes dos riscos envolvidos.

• Investigação de Influenciadores: A CPI tem convocado e ouvido influenciadores digitais que promovem casas de apostas, buscando entender seus contratos, formas de remuneração e o impacto de sua publicidade sobre o público, inclusive menores de idade. Há foco em modelos de remuneração ligados às perdas dos apostadores.
• Apuração de Ligações com o Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro: Um dos principais objetivos é investigar se as empresas de apostas possuem conexões com organizações criminosas envolvidas em lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas.
• Análise de Fluxos Financeiros: A CPI busca rastrear os fluxos financeiros relacionados às apostas, incluindo a movimentação de recursos de beneficiários de programas sociais e os volumes totais transacionados no setor. O Banco Central tem sido consultado para fornecer dados e análises.
• Exame de Algoritmos e Práticas das Empresas: A comissão investiga o funcionamento dos algoritmos utilizados pelas plataformas de apostas e outras práticas das empresas, visando identificar possíveis manipulações ou condutas prejudiciais aos usuários.
• Discussão sobre Regulamentação e Legislação: A CPI tem como um de seus escopos propor melhorias na legislação e na regulamentação do setor de apostas online, buscando proteger os consumidores, prevenir o vício em jogos e evitar fraudes. Há discussões sobre a necessidade de restringir a publicidade e limitar os valores e a frequência das apostas.
• Combate ao Mercado Ilegal: A CPI também busca entender o funcionamento do mercado ilegal de apostas, incluindo a atuação de “cambistas” online e as formas como atraem apostadores, por vezes oferecendo condições mais vantajosas que as plataformas legalizadas.
• Ouvida de Testemunhas e Obtenção de Documentos: A CPI realiza diversas oitivas de pessoas envolvidas no setor, como influenciadores, representantes de empresas, e especialistas. Além disso, requisita documentos para análise e embasar suas conclusões.
• Propostas de Novas Leis: A CPI tem debatido e proposto novas leis para aumentar as penalidades por fraudes em eventos esportivos e no mercado de apostas, além de buscar mecanismos para restringir o acesso e a publicidade de jogos online.

Após o depoimento, Virginia Fonseca continua a ser uma figura central na investigação da CPI das Bets. A influenciadora se comprometeu a colaborar com as autoridades e a reconsiderar suas parcerias com empresas de apostas, sempre buscando agir de forma responsável e dentro da legalidade. A evolução desse caso pode trazer importantes mudanças na forma como influenciadores e empresas de apostas interagem no mercado digital.

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