Os 10 maiores FIDCs do Brasil

FIDC: A nova fronteira dos investimentos no Brasil

       Com a taxa Selic em patamares elevados e com previsão de alcançar até 15% ao ano, o mercado de crédito no Brasil tem passado por uma transformação significativa. De um lado, empresas de pequeno e médio porte enfrentam crescentes dificuldades para acessar linhas tradicionais de financiamento, especialmente diante de um custo médio de crédito que já atinge 24,2% ao ano. Do outro, investidores buscam alternativas que entreguem retornos superiores ao CDI e ofereçam maior diversificação de risco. Nesse contexto, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) multicedente/ multisacado têm ganhado destaque. Esses fundos vêm desempenhando um papel crucial ao oferecer soluções de financiamento mais acessíveis para empresas e oportunidades mais atrativas para investidores.

       De acordo com um especialista em crédito, Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, “ao comparar as taxas de juros, vale a pena observar também a estrutura das operações. Nos bancos, além da diversificação das taxas, muitas vezes existem custos adicionais que não estão presentes nos FIDCs, que se tornam uma solução mais simples e transparente”. Para o investidor, os FIDCs vem ganhando espaço nas carteiras por apresentarem uma excelente rentabilidade mantendo maior previsibilidade e segurança, frente a um cenário econômico mais desafiador e de juros altos.

       Dentro desse panorama, o patrimônio líquido (PL) se apresenta como um indicador-chave para avaliar a capacidade e a solidez desses FIDCs M.M. Reflete tanto a confiança dos investidores quanto a escala operacional alcançada. Um recente levantamento feito com base em dados públicos da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) revelou os 10  maiores FIDCs multicedente/ multisacado do Brasil com base em seus patrimônios líquidos, demonstrando a maturidade e a expansão do setor.

       Liderando o ranking está a RED Asset, que soma R$ 5,3 bilhões em patrimônio líquido. O fundo se destaca pela atuação em fundos de crédito estruturados e pela diversificação de produtos. Em segundo lugar aparece a Multiplike, com R$ 3,1 bilhões, que une a gestão de recursos à estruturação de operações de securitização, estratégia que se mostra cada vez mais comum entre as grandes casas. E logo atrás está o Athenabanco com um PL de R$ 2,8 bilhões, conhecido por operações de crédito estruturadas com uso de tecnologia.

       Completam a lista do top 5, outros fundos como o Grupo Sifra, tradicional no mercado de funding; e a Invista Crédito e Investimentos, focada em fundos exclusivos e estratégias customizadas. Também figuram no ranking em posições do sexto ao décimo lugar, respectivamente, a Multiplica, a Ceres Investimentoa Gávea Securitizadora, o Grupo IOX / IOSAN, e a GOLDEN ASSET/AR3 CAPITAL  (ASIA).

       O crescimento acelerado desses fundos está fortemente vinculado à expansão dos FIDCs como instrumentos de financiamento alternativo. Permitem que investidores financiem diretamente carteiras de recebíveis empresariais, criando uma ponte eficiente entre capital e empresas – especialmente em tempos de juros elevados. Com estruturas flexíveis, mecanismos de mitigação de risco (como subordinação de cotas e garantias reais) e maior transparência, os FIDCs oferecem retornos mais atrativos do que os produtos tradicionais de renda fixa. Para os investidores, representam uma alternativa estratégica que alia segurança e rentabilidade, sobretudo quando contam com boa governança e ratings elevados. Para as empresas, são uma forma mais ágil e adequada de captação, muitas vezes mais vantajosa que o crédito bancário.

       Em relação a isso, quando olhado para as aquisições de recebíveis no mês de março, ou seja, o volume de crédito gerado no mês, o cenário muda evidenciando os FIDCs MM mais competitivos atualmente. Na liderança está o Athenabanco com o VOP de R$ 1,3 bilhões, seguido da Multiplike que se mantém com a medalha de prata com um volume de R$ 1 bilhão, e na terceira posição figura a RED Asset com a aquisição de R$ 955 milhões.

       O crédito, que antes era dominado quase exclusivamente pelos grandes bancos, está agora mais democratizado e acessível, por meio de fundos e estruturas sofisticadas que aproximam quem precisa de capital, de quem busca retorno. Essa transformação tende a se intensificar nos próximos anos, impulsionada pela digitalização do mercado, expansão do crédito para setores como agronegócio, construção civil e infraestrutura e maior apetite por risco. Os FIDCs M.M listados no ranking já demonstram estar a frente desse novo ciclo, com operações sólidas, estratégias inovadoras e um papel cada vez mais central na modernização do sistema financeiro nacional.

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