Nome “Açaí do Bailique” recebe reconhecimento de ‘Indicação Geográfica’ pelo INPI

Da REDAÇÃO

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu neste mês a Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência, ao “Açaí do Bailique”, oriundo do arquipélago do Bailique, no estado do Amapá. A informação foi diviulgada no Portal do Agro. O reconhecimento garante ao produto o uso exclusivo do nome geográfico, associado às práticas tradicionais e às condições ecológicas únicas da região. A decisão marca um avanço importante na valorização da sociobiodiversidade amazônica e no fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis com identidade territorial.

Produzido de forma extrativista e tradicional, o açaí do Bailique é colhido de maneira manual, sem uso de agroquímicos ou mecanização, respeitando os ciclos naturais da floresta. A certificação por IG protege esses saberes locais e destaca o vínculo entre a qualidade do produto e o território de origem. Com isso, as comunidades extrativistas da região passam a ser reconhecidas por suas práticas sustentáveis, o que reforça sua autonomia e a importância da conservação ambiental.

Além de garantir proteção jurídica ao nome “Açaí do Bailique”, impedindo seu uso indevido por terceiros, a IG se torna uma ferramenta estratégica de mercado. Ela agrega valor comercial ao produto, melhora sua competitividade em mercados exigentes, e reforça seu posicionamento como item de alta qualidade, ético e ambientalmente responsável. O açaí já conta com selos como o FSC® e o selo Vegan da Sociedade Vegetariana Brasileira, e agora, com a IG, amplia seu prestígio no mercado.

Bailique é um arquipélago e distrito de Macapá, localizado a 150 km da capital. Foto: Seles Nafes

O reconhecimento também impulsiona a lógica da bioeconomia amazônica, ao mostrar que manter a floresta em pé pode ser economicamente vantajoso. Ao estimular práticas produtivas sustentáveis e respeitosas ao ecossistema de várzea, a certificação contribui para a conservação da biodiversidade, a mitigação das mudanças climáticas e a proteção de territórios vulneráveis. Trata-se de uma alternativa concreta à exploração predatória da floresta.

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