Com preços até 50% menores, produtos chineses avançam no comércio capixaba

Eletrodomésticos de marca chinesa: rede varejista disse que subiu de 10% para 18% a participação asiática

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Cada vez mais eletrônicos e eletrodomésticos chineses ocupam as lojas do Espírito Santo. Com preços que chegam a ser até a metade do de similares nacionais, as marcas asiáticas agora representam 20% dos aparelhos vendidos no Brasil. Em 2019, esse percentual era de 16,5%. Elas competem com produtos de empresas como LG, Samsung, Electrolux, Panasonic e Brastemp. Os dados são da empresa de inteligência do consumidor NIQ. Empresários varejistas e atacadistas estão preocupados com a crescente das importações, que estão enfraquecendo a indústria brasileira, conforme destaca Idalberto Moro, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) e do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado (Sincades).“O varejo e o atacado estão sob muita pressão, seja em função da concorrência do e-commerce, ou de produtos importados, principalmente da China. O impacto disso é o enfraquecimento da indústria brasileira. Geralmente os produtos chineses entram com preços 30% mais baixos, ou até 50%. Eu faço importações há 30 anos e sinto na pele esse impacto”, disse Idalberto Moro. A Casas Bahia, uma das maiores redes varejistas do Brasil, por exemplo, afirmou à Bloomberg que, desde 2020, a participação dos fabricantes chineses em seus negócios cresceu de 10% para 18%. Ainda segundo Idalberto, um dos motivos para a “inundação” de importados da China no Brasil pode ser explicada pelos altos custos de produção nacionais e pela guerra tarifária entre o país asiático e os Estados Unidos.“No Brasil, existe uma carga tributária muito alta na composição total do custo do produto, que envolve contratação de mão de obra, uso de matéria prima, sem contar nos impostos. Além disso, nesse momento, os EUA aumentaram as taxas sobre as importações chinesas. Então eles ficaram sem competitividade por lá, e estão disparando produtos para todo o mundo”, enfatizou.Em nota, Paulo Baraona, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), informou que acompanha o impacto dos produtos chineses no mercado capixaba, e que a indústria brasileira precisa de estratégias empresariais, e também do auxílio de políticas públicas, para enfrentar a concorrência.ENTENDAInvasão chinesaUma crescente de produtos da China está invadindo as prateleiras de lojas em todo o Brasil e preocupando empresários de diversos setores, como varejo, atacado, exportação e importação e as siderúrgicas. Os númerosAs marcas chinesas representam, atualmente, 20% dos eletrônicos e aparelhos vendidos no Brasil. Até 2019, esses produtos representavam 16,5%, segundo dados da NIQ, empresa especializada em inteligência do consumidor.Preço até 50% menorProdutos chineses entram no Brasil com preços até 50% mais baixos em comparação aos itens brasileiros, é o que afirma Idalberto Moro, empresário e presidente da Fecomércio-ES e do Sincades.Por que isso aconteceDentre as explicações para a crescente de mercadorias chinesas no Brasil, está o custo alto de produção brasileira, com alta carga tributária. A guerra tarifária entre EUA e China fez com que o país oriental buscasse outros mercados, disparando produtos para o mundo inteiro, inclusive o Brasil, explica Idalberto.Fonte: NIQ, Fecomércio-ES e Sincades.

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