Setor de inteligência de SC admite racha no PGC e alerta: ‘Evitar áreas quentes’

Diretoria de Inteligência e Informação da Polícia Penal de Santa Catarina alerta para possíveis disputas armadas decorrentes do racha no PGC

Diretoria de Inteligência e Informação da Polícia Penal de Santa Catarina alerta para possíveis disputas armadas decorrentes do racha no PGC – Foto: RICARDO WOLFFENBUTTEL/SECOM-SC/N

Áudios e vídeos, em tom ameaçador, circulam em grupos de WhatsApp na Grande Florianópolis e alertam que um novo conflito dentro da facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense) promete provocar medo e caos em Santa Catarina.

As mensagens não têm confirmação de veracidade pelas polícias Civil ou Militar. Contudo, o governo do Estado admite que existe um recente racha no PGC e recomenda que a população evite “proximidade de áreas quentes” até que a situação seja resolvida.

Nas mensagens de áudio, encaminhadas com frequência em grupos de WhatsApp, um homem afirma que “a partir das 23h, ‘nós não quer’ criança na rua, não quer ninguém. É que nem diz o ditado: não tem bala perdida, tem bala achada”.

O homem diz também que o alerta é válido para as comunidades Monte Cristo e Chico Mendes, na região continental de Florianópolis. “Avisado, foi. O recado está dado”, afirma o homem na gravação.

Na última sexta-feira (16), a PM de SC derrubou barricadas e prendeu seis pessoas no Monte Cristo, na Grande Florianópolis – Foto: Divulgação/PM/ND

Inteligência confirma racha no PGC

Em nota encaminhada à reportagem do ND Mais, a Diretoria de Inteligência e Informação da Polícia Penal de Santa Catarina, vinculada à Sejuri (Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social) confirma que há um conflito interno dentro da organização criminosa e que isso pode representar risco para quem vive na Grande Florianópolis.

“Foi confirmada, pela Dinf, a ocorrência de uma disputa interna entre lideranças do PGC. Os possíveis confrontos seriam entre integrantes da facção nas ruas e, a princípio, não tem enfoque em ataques a órgãos ou forças do estado”, diz o comunicado.

“Possíveis disputas armadas entre estes (integrantes em liberdade) podem, eventualmente, ocasionar enfrentamentos com a Segurança Pública e configurar risco à população”, afirma a Diretoria.

Por este modo, o órgão recomenda “evitar proximidade de áreas quentes, até que a situação seja resolvida. Especialmente na Grande Florianópolis” e esclarece que, “até o momento, não identificamos repercussões/alterações intramuros (penal e socioeducativo). Devendo-se evitar o insuflamento da massa carcerária”.

Ações coordenadas do PGC culminaram nos atentados na Grande Florianópolis em outubro de 2024 – Foto: Reprodução/ ND

Mensagens intimidatórias são falsas, diz Dinf

A Diretoria de Inteligência pontua, também, que as mensagens de áudio compartilhadas nos aplicativos de mensagens são falsas. “Alertamos quanto a ‘salves’ e ‘áudios’ falsos que já começaram a circular nos grupos
Faremos os devidos alertas em caso de mudança de cenário. A situação segue em monitoramento”, finaliza a pasta, colocando-se à disposição para o esclarecimento de eventuais dúvidas.

A reportagem do ND Mais entrou em contato com a Polícia Miliar de Santa Catarina, que informou, através da assessoria de imprensa, que “não contatou nenhuma veracidade dos áudios que circulam em grupos de WhatsApp”.

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, também afirmou ao ND Mais que “não há confirmação de veracidade” no conteúdo replicado nas plataformas de mensagens.

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