Gripe aviária: Justiça exige que governo explique ‘com máxima urgência’ mortes de animais em zoo no RS

Quase 100 animais morreram pela doença no local. Governo do estado respondeu que medidas “já vinham sendo adotadas desde a última sexta-feira (16) em resposta à confirmação do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP)”. Zoológico de Sapucaia do Sul
Gustavo Mansur/Palácio Piratini/ Arquivo
O Tribunal de Justiça determinou que o governo do Rio Grande do Sul e que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) dêem explicações a respeito das mortes de 90 aves por gripe aviária no zoológico de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O prazo dado é de 24 horas.
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Na decisão, a juíza Patrícia Antunes Layder questiona se as secretarias estaduais de Agricultura (Seapi) e de Meio Ambiente (Sema), além do Mapa, tinham conhecimento formal das mortes, que incluíam cisnes, patos, marrecos e outras aves aquáticas e se foram realizadas inspeções no local.
Além disso, determinou que fica “terminantemente vedada qualquer movimentação, destinação ou descarte dos animais sobreviventes, inclusive sob alegações sanitárias, até que sobrevenha aos autos documentação completa, sob pena de responsabilização”.
Ao g1, o governo do estado respondeu que medidas “já vinham sendo adotadas desde a última sexta-feira (16) em resposta à confirmação do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) que ocasionou a morte de mais de 100 aves no local” e que “vêm atuando de forma integrada para contenção do foco, mitigação de riscos e proteção da saúde pública e ambiental”.
“O parque está fechado desde quarta-feira (14) por tempo indeterminado e com acesso restrito às equipes técnicas autorizadas”, disse.
As áreas afetadas pela doença estão isoladas. Os casos em aves silvestres ou de produção familiar de subsistência não trazem consequências econômicas, como bloqueios de exportações, mas mantém os riscos com relação à propagação do vírus.
⚠️ A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos, disse o Ministério da Agricultura. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humano.
➡️ O H5N1 é um subtipo do vírus Influenza que atinge, predominantemente, as aves. Os vírus Influenza são divididos entre os de Baixa Patogenicidade (LPAI, leve) e os de Alta Patogenicidade (HPAI, grave).
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Divulgação/Seapi
Manejo de aves
Conforme o governo, o manejo sanitário das aves e a destinação das carcaças em valas preparadas é feito conforme as diretrizes da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e dos órgãos sanitários.
As demais espécies do parque seguem sob monitoramento da equipe veterinária da Sema, com coleta de dados clínicos e acompanhamento diário.
“A vigilância epidemiológica inclui a observação contínua de sinais compatíveis com a doença, com base em protocolos nacionais e internacionais de sanidade animal”, disse.
Saúde de servidores
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirma estar acompanhando os servidores envolvidos diretamente nas ações de contenção, especialmente os que atuaram no manejo das aves doentes. O monitoramento clínico segue por um período mínimo de 10 a 14 dias.
O governo ainda fala que o número de servidores com circulação no parque foi reduzido pela metade, “garantindo a manutenção dos cuidados e alimentação dos animais”. Capacitações e orientações técnicas também vêm sendo realizadas para os trabalhadores do zoológico “com foco na prevenção, biossegurança e manejo adequado durante a vigência das medidas emergenciais”.
Todos os veículos, bem como calçados e equipamentos são desinfetados.
“A utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é obrigatória, e todos os procedimentos de desinfecção estão sendo rigorosamente aplicados”.
Casos suspeitos
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O Ministério da Agricultura atualizou, na manhã desta quarta-feira (21) os casos suspeitos de gripe aviária. Agora, são oito. Veja abaixo:
Aguiarnópolis (TO) – granja comercial
Ipumirim (SC) – granja comercial
Salitre (CE) – produção familiar para subsistência
Eldorado do Carajás (PA) – produção familiar para subsistência
Gaurama (RS) – produção familiar para subsistência
Triunfo (RS) – produção familiar para subsistência (houve outra suspeita já descartada na mesma cidade)
Garopaba (SC) – ave silvestre (quero-quero)
Derrubadas (RS) – ave silvestre (jaçanã)
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