Trump proíbe Harvard de receber novos estudantes estrangeiros

A medida foi anunciada nesta quinta-feira (22) pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados UnidosDivulgação

A Universidade de Harvard está proibida de matricular novos estudantes estrangeiros após perder a certificação no Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio, necessária para a concessão de vistos estudantis.

A medida foi anunciada nesta quinta-feira (22) pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, sob alegação de que a instituição abriga “agitadores antiamericanos e pró-terrorismo” e permite um ambiente considerado “inseguro” para estudantes judeus.

O documento divulgado pelo DHS também acusa a universidade de colaborar com o Partido Comunista Chinês, sem apresentar provas.

Com a revogação, cerca de 6.800 estudantes estrangeiros atualmente matriculados, que representam aproximadamente 27% do corpo discente de Harvard, deverão buscar transferência para outras instituições ou poderão perder o status migratório.

O conflito entre a universidade e a administração do presidente Donald Trump se intensificou após a recusa de Harvard em atender a uma série de exigências feitas em abril de 2025.

Entre os pedidos estavam o encerramento de programas de diversidade, equidade e inclusão, a proibição do uso de máscaras em manifestações no campus, a realização de auditorias para verificar “diversidade de pontos de vista” e a entrega de registros sobre atos “ilegais e violentos” envolvendo estudantes internacionais.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, havia determinado o prazo de 30 de abril para o envio dos dados, sob pena de sanções.

Em resposta, a universidade declarou que não abriria mão de sua independência institucional nem de seus direitos constitucionais.

No entanto, em 1º de maio, informou ter repassado parte das informações solicitadas. Nenhuma das partes detalhou quais dados foram efetivamente compartilhados.

Além da suspensão do SEVP, o governo federal congelou mais de US$ 2,2 bilhões em repasses a Harvard, incluindo US$ 60 milhões em contratos em vigor.

Também há ameaças de retirada do status de isenção fiscal da universidade, o que pode impactar sua capacidade de financiar pesquisas e conceder bolsas de estudo.

Posição da direção de Harvard

A administração da universidade afirmou que a decisão é “injusta” e contrária à legislação vigente.

Em comunicado, a direção declarou que continuará trabalhando para restabelecer a permissão de acolher estudantes internacionais, considerados parte essencial da comunidade acadêmica e da contribuição científica do país.

Com a medida, Harvard flexibilizou sua política de compromisso exclusivo com estudantes admitidos, permitindo que alunos estrangeiros aceitem ofertas de outras instituições fora dos EUA como alternativa.

A universidade também está oferecendo assistência para trâmites de visto e aconselhamento para os estudantes afetados.

A decisão provocou manifestações no campus, com relatos de preocupação entre alunos e professores. Estudantes internacionais expressaram temor quanto à possibilidade de deportação ou à interrupção de seus estudos.

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