Vitória, a cidade com maior fatia da população com renda mensal acima de R$ 25 mil

Vista de Vitória, que tem apresentado valorização imobiliária e maior oferta de serviços e produtos de luxo.

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Leone Iglesias — 25/06/2020

Vitória é a capital brasileira que tem a maior fatia da população na classe A, ou seja, com renda mensal acima de R$ 25 mil: 9,5% do total de moradores fazem parte desse grupo social, segundo o estudo “Classes de Renda no Rio”, realizado pela Prefeitura do Rio, baseada em dados oficiais levantados pelo IBGE.O baixo crescimento populacional e o território limitado de Vitória são fatores que explicam o aumento de pessoas na classe A, segundo Sérgio Vidigal, secretário de Estado do Desenvolvimento.“No último censo do IBGE, Vitória teve crescimento de 0,98% da população, enquanto o Estado cresceu 9%. E Vitória é uma ilha. Esses fatores, aliados à boa infraestrutura da cidade, fez com que o metro quadrado de Vitória passasse a ser o mais caro do Espírito Santo. E, para morar em um lugar assim, você precisa ter uma renda mais alta”, frisou.Vidigal aponta ainda que a tendência de Vitória é ter ainda mais mudança de moradores: “Quem aumenta a renda e pode morar na capital, vai se mudando para lá. E quem tem redução na renda, procura municípios vizinhos.”A valorização imobiliária na capital capixaba intensifica a concentração da população com renda mais elevada na cidade, aponta José Carlos Buffon Jr, líder do comitê de conteúdo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Espírito Santo (Ibef-ES).“Vitória é uma capital pequena com grandes lançamentos imobiliários de alto padrão, que atraem as classes A e B e afugenta as demais classes sociais. Esse tipo de concentração de população mais abastada traz como consequência uma maior oferta de serviços e produtos de luxo”, enfatizou.A circulação de serviços e mão de obra na capital é outro reflexo do aumento da população de classe A, diz José Carlos Bergamin, vice-presidente da Fecomércio-ES.“Pessoas que moram em Vila Velha, Serra e Cariacica vão trabalhar em Vitória, prestar serviços. A maioria não mora na cidade, porque o custo de vida é alto.”Ranking nacional Capital %-> 1º Vitória (ES) 9,5-> 2º Brasília (DF) 8,8-> 3º Rio de Janeiro (RJ) 8,3-> 4º Belém (PA) 8,1-> 5º Florianópolis (SC) 7,9-> 6º São Paulo (SP) 7,5-> 7º João Pessoa (PB) 6,9-> 8º Cuiabá (MT) 6,4-> 9º Curitiba (PR) 6,4-> 10º Belo Horizonte (MG) 6,1-> 11º Porto Alegre (RS) 6-> 12º Natal (RN) 5,8-> 13º Teresina (PI) 4,7-> 14º Goiânia (GO) 4,7-> 15º Palmas (TO) 3,5-> 16º Fortaleza (CE) 3,2-> 17º Campo Grande (MS) 2,8-> 18º Macapá (AP) 2,7-> 19º Boa Vista (RR) 2,5-> 20º Maceió (AL) 2,3-> 21º Salvador (BA) 2,1-> 22º Recife (PE) 2,1-> 23º São Luís (MA) 1,6-> 24º Manaus (AM) 1,4-> 25º Aracaju (SE) 1,3-> 26º Rio Branco (AC) 1,1-> 27º Porto Velho (RO) 0,9Serviço público e força da indústria entre os motivosA boa organização financeira do setor público do Estado é um dos fatores responsáveis pela concentração populacional de moradores da classe A, ou seja, com renda mensal acima de R$ 25 mil, em Vitória. Essa é a avaliação de especialistas, entre eles o economista Ricardo Paixão.“O Estado está muito bem organizado financeiramente, os servidores públicos estão com uma previsão boa no cronograma de pagamentos. E como a concentração de renda é grande aqui no Estado, a população de classe A tende a se concentrar em locais mais bem valorizados, como Vitória”.Para Paulo Baraona, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a produção industrial, junto do aumento do consumo e da renda média familiar na capital Espírito Santo, também explicam o panorama.

Baraona: círculo virtuoso.

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Divulgação — 29/03/2025

“O aumento da renda média das famílias pode refletir em maior consumo, e na alta na produção de bens industriais. Esse círculo favorece, também, a criação de emprego, o bem-estar familiar e o desenvolvimento socioeconômico da cidade”, enfatizou.

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