Estrangeiro impulsiona bancos e utilities na Bolsa, avalia gestor

A entrada contínua de capital estrangeiro na Bolsa brasileira tem provocado uma nova onda de otimismo nos mercados, com impactos visíveis em setores específicos. Para o CEO da AMW, Celson Plácido, esse fluxo internacional deve continuar favorecendo ações de grandes empresas — especialmente bancos e companhias do setor elétrico — e, em uma segunda etapa, beneficiar também small caps e setores ligados à economia doméstica.

O investidor estrangeiro chega buscando liquidez, então naturalmente entra primeiro nas blue chips. Bancos como Itaú e BTG estão no radar, ainda mais com a expectativa de queda da taxa de juros no próximo ano”, explicou Plácido em entrevista à BM&C News.

Small caps devem reagir após blue chips com a chegada de capital estrangeiro

Segundo ele, o movimento atual segue uma lógica clássica dos ciclos de fluxo estrangeiro. “As small caps estavam muito defasadas. Primeiro o dinheiro vem para empresas maiores e mais líquidas, depois começa a migrar para ativos menores, com mais potencial de valorização”, disse.

Plácido cita o índice Small11 como exemplo de setores que ficaram para trás nos últimos ciclos, mas que podem se beneficiar assim que o chamado smart money ganhar mais confiança com o ambiente doméstico.

Entre os setores com maior potencial de valorização no curto prazo, Plácido destaca o setor financeiro e utilities, com foco especial nas empresas de energia elétrica. “Além dos bancos, empresas reguladas e com previsibilidade de receita devem continuar chamando atenção dos investidores”, afirmou.

A possível redução da Selic também reforça o apetite por essas companhias, já que o custo de capital mais baixo favorece setores com margens mais ajustadas.

Cautela com commodities e real estate

Apesar do histórico de peso na Bolsa, setores ligados a commodities como petróleo, minério de ferro e siderurgia devem enfrentar mais obstáculos, segundo o CEO da AMW. “Estamos vendo uma desaceleração global, menor consumo da China, e ainda há o risco de novas tarifas em uma eventual volta de Trump à presidência dos EUA”, alertou.

Já no setor de varejo e real estate, Plácido adota uma visão mais cautelosa. “Ainda é cedo para uma retomada consistente. O juro continua elevado, o crédito ainda é caro, e a inadimplência segue pressionando o consumo das famílias”, avaliou. No entanto, ele reconhece que o ambiente de queda de juros pode gerar um “oba-oba” passageiro nos papéis do setor.

Assista na íntegra a entrevista sobre fluxo estrangeiro:

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