Payroll de maio surpreende, mas analistas veem cautela do Fed com salários firmes

O payroll de maio nos Estados Unidos registrou a criação de 139 mil vagas de trabalho, superando a expectativa do mercado, que era de 126 mil, segundo a mediana da Bloomberg. Apesar da surpresa positiva, os dados de março e abril foram revisados para baixo em 95 mil vagas no total, o que trouxe um tom mais comedido à leitura do mercado sobre o relatório.

Payroll mostra emprego forte e salários firmes

O economista Leonardo Costa, do ASA, destacou que o payroll de maio reforça a resiliência do mercado de trabalho americano. “A média móvel trimestral subiu para 135 mil vagas. O destaque foi o setor de saúde, com 62 mil novas vagas, seguido por lazer e hospitalidade com 48 mil”, afirmou.

Ele chama atenção para a redução de 22 mil empregos no setor público federal e para o aumento do desemprego de curto prazo. “Os salários seguem pressionados, com alta de 0,4% no mês e 3,9% em 12 meses. O cenário mantém o Fed cauteloso em relação aos juros”, concluiu.

Payroll forte, mas sem urgência para o Fed

Para a economista Isadora Junqueira, da AZ Quest, o payroll veio acima do esperado, puxado exclusivamente por setores de serviços. “O lazer e hospitalidade teve forte alta, com 48 mil novas vagas. Em contrapartida, a indústria de bens eliminou 5 mil postos.”

Ela também ressaltou as revisões baixistas dos dois meses anteriores. “Apesar da surpresa em maio, o payroll mostra desaceleração na criação de vagas. Não há pressão para corte de juros imediato. O Fed deve manter a postura de esperar por dados mais claros, principalmente na reunião de julho”, avaliou.

Desaceleração, mas com mercado resiliente, aponta Payroll

O estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, classificou o payroll de maio como uma leitura mista: “Apesar de indicar menos empregos criados do que em meses anteriores, o número superou as expectativas do mercado e veio acompanhado de aumento salarial.

Segundo Alves, o setor de saúde liderou a criação de vagas, com 62 mil empregos, seguido de lazer e hospitalidade (48 mil). “A leitura reforça que o mercado de trabalho segue aquecido. O impacto imediato foi a alta nos yields dos títulos americanos, valorização do dólar e alívio nas bolsas”, analisou.

Payroll sólido adia expectativa de corte de juros

Para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, o payroll mostra um mercado ainda aquecido, com pressão sobre os salários. “A alta de 0,4% nos ganhos mensais e de 3,9% em 12 meses mantém a inflação de serviços elevada. Isso reduz o espaço para cortes de juros no curto prazo.

Eyng acredita que o payroll de maio reforça o cenário de “juros altos por mais tempo”, pressionando bolsas e fortalecendo o dólar.

Payroll revela mudanças estruturais

O CEO da holding Grupo X, Jorge Kortz, interpretou o payroll como reflexo de um mercado em transição. “A criação de 139 mil vagas e o crescimento salarial mostram um cenário que exige atenção redobrada à saúde financeira das empresas. O impacto na concessão de crédito e no custo de capital é real”, afirmou.

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