Católicos perdem espaço e evangélicos crescem 32% em Santa Catarina

Proporção de evangélicos cresce no Brasil e em Santa Catarina

Evangélicos crescem e alcançam 26,9% da população brasileira em 2022 – Foto: Reprodução/R7/ND

Os católicos passaram de 73,5% da população de Santa Catarina em 2010 para 64,3% em 2022. Enquanto o catolicismo perdeu espaço, a religião evangélica teve o maior crescimento absoluto, com 498 mil novos fiéis no estado.

Os resultados do Censo Demográfico 2022 sobre religião foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (6).

A pesquisa revela que os evangélicos cresceram 32% em Santa Catarina. O grupo, que representava 19,6% da população catarinense de 10 anos ou mais em 2010, agora ocupa 23,4%.

Apesar da perda de participação, a religião católica ainda é a maior do estado, com 4,3 milhões de integrantes entre 6,7 milhões de pessoas. O número cresceu 7,2% desde 2010, o que representa 307,9 mil fiéis a mais.

Católicos apostólicos romanos perdem representação em SC

Católicos perdem participação em Santa Catarina, mas ainda lidera com 64,3% dos cidadãos – Foto: Freepik/ND

Os números também refletem o contexto nacional. A proporção de brasileiros que se declaram católicos atingiu o menor patamar da história, com 56,7% em 2022. Quando a primeira pesquisa de religião foi realizada no Brasil, em 1872, o grupo representava 99,7% da população.

Já os evangélicos passaram de 21,6% em 2010 para 26,9% em 2022. O grupo possui maior proporção no Norte (36,8%) e no Centro-Oeste (31,4%), mas o catolicismo lidera em todas as regiões, com destaque para o Nordeste (63,9%) e o Sul (62,4%).

Jovens e indígenas são mais evangélicos, aponta IBGE

O Censo Demográfico 2022 do IBGE destaca que a proporção de católicos aumenta com a idade, enquanto de evangélicos diminui. Ou seja, entre os mais jovens, a religião evangélica cresce.

Os evangélicos têm sua maior representação na população catarinense de 10 a 14 anos (28,2%), de 15 a 19 anos (26,3%) e de 20 a 24 anos (25,23%). As menores participações ficam nas faixas de 60 a 69 anos (19,16%), de 70 a 79 anos (17,8%) e de 80 anos ou mais (17,5%).

Pessoas sem religião são 6,3% dos catarinenses

Grupo sem religião é o terceiro maior de Santa Catarina e quase dobrou de 2010 para 2022 – Foto: Pixabay/Divulgação/ND

Os católicos, por outro lado, têm maior representação entre pessoas de 80 anos ou mais (77,4%), 70 a 79 anos (75,96%) e 60 a 69 anos (73,21%). As menores participações são nos grupos de 25 a 29 anos (57,86%) e 20 a 24 anos (58,17%).

Outro dado que chama atenção é que o evangelismo é a maior religião entre os indígenas em Santa Catarina. A proporção é de 39%, superando os 38,7% de catolicismo, 9,56% sem religião e 6% de tradições indígenas.

Em Santa Catarina, os evangélicos têm as menores participações entre pessoas brancas (21,1%) e amarelas (16,8%), com percentuais abaixo da média de 23,4%.

Nem evangélicos, nem católicos: cresce a população sem religião em SC

As pessoas sem religião são o terceiro maior grupo de Santa Catarina, atrás dos católicos e evangélicos, com 6,3%. A proporção quase dobrou em relação a 2010, quando representava 3,2%.

Em números absolutos, o contingente cresceu 58,4% no estado. Isso significa um acréscimo de 245,4 mil pessoas. Os homens são maioria apenas entre os sem religião (55,2%) e entre os que não sabiam (65,2%) ou não declararam (51,8%).

Marcha para Jesus reúne evangélicos em Florianópolis

Evangélicos têm perfil mais jovem do que os católicos no Brasil, segundo IBGE – Foto: Leo Munhoz/ND

O grupo de outras religiosidades, por exemplo, os católicos ortodoxos, testemunhas de Jeová, budistas, islamistas, tradições esotéricas e multirreligiosidade foram de 1,8% para 3,4% no último Censo.

Em Santa Catarina, as religiões afro-brasileiras como Umbanda e Candomblé passaram de 0,2% da população para 0,8%. Apesar da participação tímida, houve um crescimento de 82,8%, sendo um salto de 9 mil para 52,3 mil pessoas.

Assim como os católicos, a religião espírita perdeu 0,1 pontos percentuais de participação, mas cresceu 16,5% em números absolutos. Ou seja, há 17,8 mil espíritas a mais no estado do que em 2010.

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