Rejeição ao governo Lula atinge maior patamar do mandato, aponta pesquisa

A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou o índice mais alto desde o início do terceiro mandato, segundo levantamento realizado pelo instituto Quaest entre os dias 29 de maio e 1º de junho. De acordo com os dados, 57% dos entrevistados se disseram insatisfeitos com a gestão, enquanto a taxa de aprovação caiu para 40%.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas em todas as regiões do país, com margem de erro de dois pontos percentuais e grau de confiança de 95%. O cenário atual reflete uma tendência de queda na popularidade do presidente, com avaliações negativas predominando em diferentes segmentos sociais, econômicos e regionais.

Entre os religiosos, os evangélicos se destacam como o grupo mais crítico: 66% manifestaram reprovação, contra apenas 30% que demonstraram apoio. Já entre católicos, o índice de desaprovação subiu para 53%, superando os 45% que ainda aprovam a gestão.

A avaliação negativa do governo é maior entre os mais escolarizados. Pessoas com ensino superior registraram 64% de desaprovação, enquanto entre os que possuem ensino médio completo o índice chegou a 61%. A exceção aparece entre os que têm apenas ensino fundamental, onde a aprovação ainda supera ligeiramente a rejeição (50% contra 47%).

Em termos de renda, o apoio ao presidente permanece mais presente entre os que ganham até dois salários mínimos, com 50% de aprovação, apesar de uma desaprovação quase equivalente (49%).

Já entre quem recebe de dois a cinco salários mínimos, a reprovação caiu cinco pontos percentuais desde o último levantamento, passando para 56%, enquanto a aprovação subiu para 43%.

A única região onde Lula mantém maioria favorável é o Nordeste, onde 54% aprovam o governo, frente a 44% que o reprovam. Nas demais regiões, predomina a insatisfação: no Sudeste, 64% dos entrevistados avaliam negativamente a gestão. Sul, Norte e Centro-Oeste também seguem essa tendência.

Os beneficiários do Bolsa Família seguem como base importante de sustentação: 51% aprovam o governo, contra 44% que desaprovam. Fora desse grupo, a rejeição cresce e chega a 61% entre os que não recebem o auxílio.

A divisão por raça também revela diferenças. A maior taxa de aprovação é registrada entre pessoas negras (52%), enquanto a rejeição predomina entre brancos (62%) e pardos (56%).

A juventude de 16 a 34 anos lidera o índice de desaprovação, com 60%, apesar de uma leve melhora em relação à pesquisa anterior. Já entre os idosos, a maioria segue favorável ao governo: 52% aprovam, contra 45% que o desaprovam.

O apoio entre eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022 ainda é majoritário, com 74%. Entre os que optaram por Jair Bolsonaro, a rejeição ao atual presidente é quase unânime: 91%. Entre os que anularam, votaram em branco ou se abstiveram, a reprovação subiu para 65%.

No campo econômico, houve uma pequena melhora na percepção popular. A parcela da população que acredita que a situação piorou caiu de 56% para 48%. No entanto, a maioria dos entrevistados relata perda de poder de compra nos últimos 12 meses.

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O escândalo de fraudes no INSS também impactou a imagem do governo: 82% dos entrevistados disseram estar cientes do caso, e 31% atribuíram responsabilidade direta à administração federal. Além disso, 50% desaprovaram a manutenção do IOF elevado sobre a compra de moeda estrangeira.

A comparação com gestões anteriores também não favorece Lula. Para 56% dos brasileiros, o desempenho atual é inferior ao dos dois primeiros mandatos. Quando comparado ao governo Bolsonaro, 44% acreditam que o país piorou, enquanto 40% consideram que houve melhora.

Por fim, aumentou a sensação de que o Brasil segue em direção equivocada: 61% dos entrevistados afirmaram que o país está no rumo errado. Apenas 32% enxergam o caminho atual como positivo.

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