Pesca com auxílio dos botos comemora 7 anos e segue como patrimônio vivo no Sul de SC

Imagem de um pescador fazendo pesca com botos, para ilustrar para os leitores como a prática é feita

Pesca com Auxílio dos Botos comemora 7 anos de patrimônio cultural  – Foto: Reprodução/Elvis Palma/ND

O município de Laguna, no Litoral Sul catarinense, comemora, nesta semana, sete anos desde que a Pesca com Auxílio dos Botos foi reconhecida como bem imaterial e recebeu o título de Patrimônio Cultural de Santa Catarina.

Após um processo submetido para reconhecimento dessa manifestação cultural, a prática da pesca cooperativa foi reconhecida por meio da FCC (Fundação Catarinense de Cultura), com a inclusão no Livro de Registro dos Saberes, que reúne bens culturais de natureza imaterial.

Embora o boto já fosse considerado patrimônio natural de Laguna, essa nova chancela estadual reconhece também o saber tradicional da comunidade, profundamente enraizado no cotidiano local.

Imagens de dois botos pulando no mar, para fazer referência ao fato de que esses animais são patrimônios históricos em laguna

Pesca com botos; animais já são considerados patrimonio histórico em Laguna – Foto: Elvis Palma/Divulgação/ND

Pesca com botos comemora sete anos de patrimônio cultural

A Pesca Artesanal com Auxílio de Botos, tradição secular da cidade, é uma prática rara no mundo e constitui uma expressão cultural de grande valor. A atividade se destaca pela colaboração única entre pescadores e botos, que juntos conduzem os cardumes até as redes.

Cada boto é reconhecido por seus traços e habilidades, recebendo até apelidos usados por gerações de pescadores. Essa relação de parceria é marcada por uma troca simbiótica: o animal ajuda na captura dos peixes e fica com uma parte do alimento em troca.

Imagem d e botos pescando com os pescadores, para fazer referência a parceria que eles possuem na hora de realizar esse trabalho

Pesca com botos é marcada por relação simbiótica com os pescadores – Foto: Reprodução/Elvis Palma/ND

Os pescadores de áreas como a Praia da Tesoura e o Molhe da Barra seguem rituais rígidos, que envolvem preparação, paciência e observação dos sinais dos botos para o momento exato do lançamento das tarrafas.

A “vaga”, sistema tradicional de organização do espaço de pesca, garante ordem e respeito entre os pescadores, especialmente em tempos de menor abundância de peixe.

Além do aspecto simbólico e ecológico, a prática também movimenta a economia local. Durante os meses da pesca, as praias transformam-se em mercados espontâneos, onde o pescado é comercializado diretamente pelos pescadores.

Imagens de vários pescadores pescando, para ilustrar comi a pesca com os botos ajudam na economia local

Pesca com botos transformam as praias em mercados espontâneos – Foto: Reprodução/Prefeitura de Laguna/ND

Essa manifestação cultural é sustentada por saberes transmitidos oralmente e moldados pela experiência cotidiana, que reforçam a identidade de um grupo social historicamente ligado ao mar. A pesca com botos é mais do que uma técnica: é uma expressão que une tradição, conhecimento popular e sobrevivência.

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