O futuro do dinheiro: TecBan aposta em inclusão e infraestrutura híbrida

A forma como os brasileiros lidam com o dinheiro está mudando rapidamente. Do Pix ao Open Finance, da bancarização ao Real Digital, o sistema financeiro nacional passa por uma transformação profunda, tecnológica, regulatória e comportamental. Mas, em meio a essa revolução, o papel do dinheiro em espécie ainda resiste, principalmente fora dos grandes centros.

É nesse ponto de encontro entre o físico e o digital que atua a TecBan, companhia responsável pela rede Banco24Horas. Em entrevista, o CEO Patricio Santelices destaca que o Brasil tem avançado como referência global na digitalização de pagamentos, mas a infraestrutura de acesso ainda precisa ser pensada para incluir, e não excluir.

O dinheiro físico ainda é muito usado em regiões como Norte e Nordeste, onde chega a representar 60% das compras em supermercados. Em São Paulo, esse número cai para 9%”, explica Santelices. “Apesar disso, o uso do papel-moeda está em queda de dois dígitos por ano, o que nos obriga a preparar soluções híbridas que atendam todo tipo de consumidor.

A revolução do dinheiro: a potência do Pix e o futuro da infraestrutura

Segundo dados do Banco Central, o Pix já representa 50% das transações no Brasil, sendo um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo. Para o CEO da TecBan, o próximo passo será a sofisticação do uso do dinheiro digital, com funcionalidades como Pix parcelado e integração com o Drex, o real digital.

O Pix mudou tudo. Antes, transferências eram difíceis, caras. Agora, são instantâneas. Mas, mesmo com toda essa digitalização, o país ainda precisa de 70 mil caixas eletrônicos para garantir o acesso ao sistema financeiro nas próximas décadas”, afirma.

A TecBan opera hoje com 25 mil ATMs, distribuídos em mais de 1.500 cidades brasileiras. Essa infraestrutura de dinheiro circulante envolve conectividade, transporte de valores, suporte técnico e presença física em locais onde bancos não atuam diretamente.

Dinheiro e inclusão: da periferia ao pequeno comércio

Para Santelices, a capilaridade e a presença física são diferenciais que permitem ampliar o acesso ao dinheiro e aos serviços bancários, especialmente para quem está fora das capitais. A TecBan conecta mais de 150 bancos e 7 mil varejistas, funcionando como um hub que une o mundo financeiro digital ao real.

Não estamos só falando de sacar dinheiro. Ajudamos o logista a depositar sua receita em tempo real, oferecemos prova de vida, consulta de saldo, pagamento de contas. Tudo isso com a segurança que a população precisa. Somos a ponte entre o banco e o cliente.

Um dos destaques recentes é o Atmo, um caixa eletrônico compacto que usa o dinheiro dos próprios lojistas para realizar transações. A previsão é encerrar 2025 com mais de 2 mil unidades instaladas — e potencial para chegar a 20 mil.

Open Finance, Drex e a nova era do dinheiro

A TecBan também participa ativamente das inovações regulatórias que estão redesenhando a forma como o brasileiro se relaciona com o dinheiro. A empresa já opera com Open Finance e testa soluções de tokenização de contratos via Drex, ampliando a segurança e a eficiência nas transações financeiras.

Estamos participando do início dessa nova arquitetura do setor. Temos 15 instituições que usam nosso serviço de Open Finance, e já iniciamos projetos com o Drex. O Brasil está preparado para esse salto, mas é preciso pensar em modelos que não deixem ninguém para trás.”

Para dar conta da transformação digital e da queda no volume de transações com dinheiro físico, a TecBan iniciou a migração de toda sua infraestrutura para a nuvem, o que permitirá mais flexibilidade de custos e escalabilidade no futuro.

Marca, tradição e reinvenção

Com mais de 40 anos de atuação, a TecBan passou recentemente por um reposicionamento estratégico, unificando suas marcas e reforçando seu papel como provedora de infraestrutura para o sistema financeiro. A marca Banco24Horas foi mantida como vitrine de reconhecimento público, enquanto a nova identidade da TecBan se consolida como integradora de soluções de conectividade, segurança e capilaridade.

A transformação foi profunda, mas necessária. Escolhemos focar no nosso core, simplificar estruturas e preparar a empresa para o futuro. Hoje, conseguimos montar agências inteiras para instituições financeiras, oferecendo desde conectividade até autoatendimento”, detalha o CEO.

Inovação do dinheiro com responsabilidade

Com carreira internacional e formação em psicologia e negócios, o chileno Patricio Santelices adota uma visão otimista e pragmática sobre o futuro do dinheiro no Brasil. Para ele, apesar do avanço das tecnologias, o desafio é manter a rede funcionando para quem ainda depende de serviços físicos.

Mesmo com a digitalização acelerada, a nossa responsabilidade é enorme: garantir que 30 milhões de brasileiros tenham acesso mensal aos seus serviços bancários. E fazemos isso com inovação, segurança e eficiência. Nossa missão é continuar sendo essa ponte — entre tecnologia e pessoas.

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