CEO do JPMorgan alerta para risco nos Estados Unidos; economista analisa cenário

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As declarações recentes do CEO do JPMorgan, acenderam um alerta no mercado financeiro global: segundo ele, os títulos públicos americanos podem passar por um colapso, em razão do crescimento acelerado da dívida dos Estados Unidos e do descontrole fiscal. Em contraponto, investidores como Scott Bessent minimizam os riscos e defendem que o sistema ainda apresenta fundamentos sólidos.

Em entrevista à BM&C News, o economista Bruno Corano comentou o embate de visões e analisou os riscos fiscais dos Estados Unidos: “O déficit está alto, o endividamento é gigantesco, mas ainda não há uma alternativa viável ao mercado de bonds americano. Confiança e falta de opções ainda sustentam esse sistema.

“Não existe para onde correr”, afirma Corano

Corano explica que, apesar do descontrole fiscal, os Estados Unidos ainda são o único ativo globalmente confiável. “A Europa não consegue oferecer as mesmas garantias, e a China é uma economia ainda comandada por um regime centralizado, o que afasta parte relevante dos investidores.

Para ele, mesmo que os próximos leilões de títulos americanos encontrem maior resistência, a chance de uma ruptura no curto prazo é baixa. “Podemos ver incômodos no mercado de bonds, sim, mas não vejo um colapso iminente.”

Gastança de Trump gera instabilidade nos Estados Unidos, mas confiança persiste

Questionado sobre a política fiscal de Donald Trump, Bruno Corano afirmou que a instabilidade criada pelas promessas de gastos pode elevar o desconforto nos mercados, principalmente se houver sinais de que o governo americano não conseguirá manter a credibilidade.

O Trump gasta, cria ruído, mas se tivesse uma política mais harmoniosa talvez conseguiria até gastar mais com menos turbulência. Ainda assim, enquanto não houver uma alternativa global clara, o sistema segue funcionando”, analisa.

Crise dos Estados Unidos é comparável à da libra?

Corano traçou ainda um paralelo histórico com o colapso da libra esterlina, que deixou de ser a principal moeda global após a Segunda Guerra Mundial, quando o endividamento britânico atingiu níveis insustentáveis.

“Naquele momento houve uma ruptura de confiança e uma alternativa viável: o dólar. Hoje, os EUA ainda não enfrentam esse cenário. Seria necessário o mesmo tipo de combinação para que a hegemonia do dólar e a dominância dos treasuries fossem abaladas”, explica.

Para Bruno Corano, os alertas de figuras como o CEO do JPMorgan são importantes, mas não sinalizam uma crise iminente. “Dimon sempre gosta de alertar para o fim do mundo. Isso faz parte do papel dele como líder de um grande banco. Mas não há hoje sinais claros de que o mercado de títulos americanos esteja à beira do colapso.

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