“Meu filho se comunicava por mímica”, diz mãe de criança autista

A fonoaudióloga Carolina Portugal atende Reginaldo, acompanhado de sua mãe, Andreia Marques

|  Foto:
Kadidja Fernandes/AT

Uma das formas de identificar se uma criança está se desenvolvendo dentro dos marcos esperados é olhando o cartão de vacina.“O cartão de vacina é um documento importante e é uma pena as famílias só o verem apenas como um cartão para dar vacina, sendo que lá tem todos os marcos de desenvolvimento, mas é pouco valorizado por questão de informação”, destaca Pollyana Paraguassu, presidente da Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Amaes). E foi justamente por meio do cartão de vacina que a artesã Andreia Marques da Silva, 44, percebeu que seu filho, Reginaldo, na época com 1 ano e seis meses, não falava o que era esperado. Como já tinha um filho mais velho, Andreia conta que começou a comparar o desenvolvimento dos dois. “Reginaldo não falava absolutamente nada. Tudo dele era por gesto, mímica”. “Eu ainda questionei ao pediatra, que falou que tudo era ‘coisa’ da minha cabeça, e que meu filho falaria no tempo dele. Ele me encaminhou para uma fonoaudióloga, que foi grosseira e insensível comigo, e disse que meu filho era ‘retardado’. Saí de lá chorando”, relembra Andreia. A artesã conta que não aceitou aquele diagnóstico, já que Reginaldo tinha toda a inteligência, e procurou por uma psiquiatra infantil. “Fui orientada a colocar meu filho na creche pública e lá a professora me disse para buscar uma neuropediatra. Reginaldo foi diagnosticado com TEA nível 1 de suporte e começou a falar com 4 anos, por causa das terapias”.Hoje, aos 9 anos, Reginaldo fala, mas ainda faz sessões com fonoaudiólogos da equipe da fonoaudióloga Carolina Portugal para melhorar sua dicção e vocabulário, segundo explicou Andreia. “Pouco balbucio e demorar a falar as primeiras palavras são sinais do TEA em crianças, mas alguns terão esses sinais e outros não”, ressalta a fonoaudióloga Carolina.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.