Dia da Marinha celebra heroísmo na Batalha Naval do Riachuelo

Comemorada em 11 de junho, data relembra a vitória brasileira durante a Guerra da Tríplice Aliança

Por Agência Marinha de Notícias

No dia 11 de junho de 1865, a Esquadra brasileira enfrentou uma das batalhas mais decisivas da Guerra da Tríplice Aliança: a Batalha Naval do Riachuelo. Posicionada no Rio Paraná, ao nordeste da Argentina, a força naval do Brasil organizou-se para bloquear a rota de suprimentos das tropas paraguaias e conter o avanço inimigo sobre o território nacional. A resistência, no entanto, foi intensa, e o embate tornou-se o principal confronto naval do conflito.

Os navios de guerra da então Marinha Imperial brasileira, embora robustas, possuíam calado de aproximadamente três metros, profundidade considerada elevada para navegação fluvial, o que aumentava o risco de encalhes.  A geografia local, marcada por trechos estreitos e sinuosos, dificultava as manobras e tornava os navios alvos vulneráveis a soldados paraguaios, posicionados com mosquetes (armas de cano liso) ao longo de seis quilômetros das margens do rio. O ataque surpresa de oito embarcações inimigas constituiu o principal elemento da investida paraguaia, sendo agravado pela presença das forças terrestres ao longo do rio.

Em carta enviada após o confronto, o então Chefe de Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva, que comandava a partir da Fragata “Amazonas”, descreveu: “Seguiram águas abaixo e se colocaram próximo ao Riachuelo (…). Esperam-nos; e por que nos esperaram? Estavam debaixo das barrancas, antes de chegar ao Riachuelo. Colocaram convenientemente as suas chatas com peças de 80, e sobre as barrancas havia baterias não menores a 20 bocas de fogo. (…) Estas 20 a 22 peças apoiadas por mosquetaria de mais de mil espingardas faziam um mortífero fogo sobre os nossos navios.”

Em carta enviada após o confronto, o então Chefe de Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva, que comandava a partir da Fragata “Amazonas”, descreveu: “Seguiram águas abaixo e se colocaram próximo ao Riachuelo (…). Esperam-nos; e por que nos esperaram? Estavam debaixo das barrancas, antes de chegar ao Riachuelo. Colocaram convenientemente as suas chatas com peças de 80, e sobre as barrancas havia baterias não menores a 20 bocas de fogo. (…) Estas 20 a 22 peças apoiadas por mosquetaria de mais de mil espingardas faziam um mortífero fogo sobre os nossos navios.”

Heróis da Marinha

A bravura e a resistência dos marinheiros brasileiros surpreenderam as forças paraguaias, que acabaram por recuar. A vitória na Batalha Naval do Riachuelo foi decisiva para os rumos da Guerra da Tríplice Aliança, maior conflito armado da história sul-americana. Por esse motivo, o episódio é lembrado até os dias atuais, 160 anos depois, como o Dia da Marinha. Na data, a Marinha do Brasil presta homenagens àqueles que lutaram com coragem na defesa da Pátria, muitos dos quais tombaram no cumprimento do dever.

Comemorações pelo Brasil

As comemorações pelo Dia da Marinha incluem o içamento dos Sinais de Barroso nos mastros dos navios e das organizações militares. As bandeiras reproduzem os sinais visuais que teriam sido utilizados pela Fragata “Amazonas” durante a Batalha Naval do Riachuelo para se comunicar com as demais embarcações. As mensagens representavam: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever” e “Sustentar o fogo que a vitória é nossa”. Emitido em um momento decisivo da história, o comando permanece como fonte de inspiração para os militares que mantêm vivo o legado daqueles heróis.

Em Brasília (DF), a tradicional cerimônia de substituição do pavilhão nacional, na Praça dos Três Poderes, deu início às celebrações alusivas à data. Ao longo da primeira semana de junho, uma exposição no estacionamento 11 do Parque da Cidade estará aberta ao público, com exibição de meios navais, local onde também foi levantado um Hospital de Campanha, para oferecer serviços de saúde gratuitos, como clínica geral, ortopedia, odontologia, psicologia e pediatria.

Em Belém (PA), a programação incluiu uma Parada Naval na Baía do Guajará, com navios, lanchas de operações ribeirinhas e helicóptero. O Navio-Patrulha “Bracuí” e o Aviso Hidroceanográfico Fluvial “Rio Tocantins” estiveram abertos à visitação pública na Estação das Docas, onde também aconteceu apresentação da Banda de Música do Comando do 4º Distrito Naval. A cidade recebeu, ainda, a Corrida do Dia do Marinha, na Cidade Velha, e a cerimônia cívico-militar aberta ao público, na Praça Pedro Teixeira.

Já em Salvador (BA), a agenda de eventos contou com a 46ª Regata Marcílio Dias, apresentação da Banda de Música do Comando do 2º Distrito Naval (Com2ºDN) durante o jogo Bahia x Náutico, na Arena Fonte Nova, visitação pública aos navios da Marinha do Brasil no Porto de Salvador e exposição de equipamentos e meios navais no Shopping Barra. O prédio do Com2ºDN no Forte de Santo Antônio da Barra recebeu iluminação especial em homenagem à data e sediou uma cerimônia militar alusiva ao Dia da Marinha.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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