Novo Pix começa na segunda, reduz juros e pode “aposentar” cartão

Pix já é a principal forma de pagamento utilizada pelos consumidores e pode tornar os cartões de crédito e débito obsoletos com os avanços

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Bruno Peres/Agência Brasil

O Pix vai passar por mudanças até o fim do ano que vão transformar a plataforma, reduzir a inadimplência e, por consequência, os juros. E tem potencial até mesmo para “aposentar” os cartões de débito e crédito. Na segunda (16), por exemplo, será lançado pelo Banco Central (BC) a modalidade de Pix Automático.Essa categoria do Pix mira os pagamentos de contas recorrentes, como de energia, água, escola ou aplicativos de música e filmes, por exemplo. A empresa faz a cobrança com os valores — que podem variar a cada pagamento — e as datas combinadas com o consumidor, que só precisa autorizar o débito.O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o Pix Automático pode beneficiar os 60 milhões de brasileiros que não têm acesso às facilidades do cartão de crédito.Esta será a segunda novidade do Pix no ano, já que, em fevereiro, foi implementado o Pix por aproximação, cujo pagamento é realizado por meio de um QR Code nas maquininhas.Mas, até o fim do ano, está prevista uma terceira novidade para o mecanismo de pagamento: em novembro deste ano, o BC planeja lançar a modalidade de Pix Parcelado, que permitirá o parcelamento de compras via Pix, um serviço que já é oferecido por BTG, Banco Pan, Nubank, Banco do Brasil e Itaú, mas será padronizado.“O potencial dessa modalidade é similar ao do cartão de crédito, mas deve reduzir os custos operacionais, aprimorando a margem das empresas e ampliando as oportunidades de negócios”, avalia Alecsandro Casassi, presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef-ES).Na avaliação do economista Ricardo Paixão, a criação do Pix Parcelado poderá fazer com que o setor de cartões de crédito reveja as taxas de juros aplicadas hoje.“A depender de como for colocado, é uma modalidade que pode causar mudanças no setor, justamente pela concorrência”, frisou.O economista Eduardo Araújo reforçou que o Pix Parcelado tem potencial de “aposentar” o uso do cartão de crédito, por ter a mesma funcionalidade.“Mas da mesma forma que o cartão de crédito exige cuidado no uso, essa modalidade vai exigir muito cuidado para não se transformar numa armadilha ao consumidor”, avalia o especialista.De olho, Visa lança nova empresaA Visa anunciou na última quinta-feira (05) que terá uma nova empresa operando no Brasil, totalmente focada no pagamento via Pix dentro dos e-commerces. Chamada de Visa Conecta, a nova vertical chega com a proposta de oferecer maior simplicidade e agilidade, ao tempo em que diminui a fricção para os usuários. A empresa será um iniciador de pagamentos (ITP) e, inicialmente, seu foco será no Open Finance. O seu funcionamento se dará da seguinte forma: em um comércio on-line, o cliente que selecionar o Pix como opção de pagamento será redirecionado para uma página com a relação de bancos em que ele é correntista. Ao selecionar a instituição de preferência, ele fará uma autenticação biométrica e conseguirá completar a sua compra sem precisar realizar a leitura do QR Code ou copiar o código do Pix para concluir a transação. Ou seja: pelo Visa Conecta, todo o processo acontece dentro do site do e-commerce.Nas vendas físicas, o cliente também terá acesso ao sistema, através da tecnologia NFC. O objetivo da inovação é não apenas facilitar a vida dos consumidores, mas elevar o número de conversões dos estabelecimentos comerciais que, por vezes, não são finalizadas por conta do redirecionamento ao banco. “A Visa não é mais uma empresa de cartões, mas de tecnologia e de movimentação financeira”, disse Leonardo Enrique Silva, diretor executivo da Visa Conecta.Embora dedicada ao Brasil, a nova empresa não responderá à Visa do Brasil, mas sim à Visa Inc. O motivo tem a ver com a sua função como Iniciador de Transação de Pagamento. Na regulação do Banco Central, um ITP não pode estar dentro da mesma estrutura societária de um arranjo de pagamentos.A nova funcionalidade será disponibilizada em plano piloto para alguns parceiros a partir de setembro. Ainda sem a autorização do Banco Central para operar como um ITP, a Visa Conecta não dependerá do aval da autarquia.Entenda as novidades para o Pix em 2025Pix por aproximaçãofoi Lançado em fevereiro deste ano, possibilitando pagamentos apenas com a aproximação do celular junto às maquininhas dos estabelecimentos – mesmo sistema já utilizado com cartões.Para ativar o Pix por aproximação, o usuário precisa vincular sua conta a uma carteira digital e, no momento do pagamento, aproximar o celular da maquininha e confirmar.Pix AutomáticoEssa categoria do Pix será lançada neste mês e mira os pagamentos de contas recorrentes, como de energia, água, escola ou aplicativos de música e filmes, por exemplo. A empresa faz a cobrança com os valores, que podem variar, e as datas combinadas com o consumidor, que só precisa autorizar o débito.O indivíduo poderá definir regras para esse meio de quitação, como o valor máximo de pagamento e o uso ou não de linha de crédito. Além disso, a instituição financeira deverá realizar o agendamento e mandar uma notificação ao cliente, para conferir se as informações estão corretas antes de a movimentação acontecer.A expectativa principal é de que o Pix Automático traga uma série de benefícios nas movimentações financeiras do comércio e do setor de serviços. A facilidade tende a ser a mais destacada.Isso porque as contas recorrentes poderão ser quitadas de maneira automática na data programada, sem você precisar pagar todo mês uma fatura e correr o risco de esquecer alguma. Além disso, dá para escolher receber notificações de agendamento dos pagamentos e checar o histórico de atualizações, para uma gestão melhor das pendências.Outra vantagem consiste na inclusão econômica de pessoas e pequenas empresas que estão fora do sistema bancário, além da diminuição de inadimplência, uma vez que o Pix Automático terá integração com a plataforma Open Finance, que integra diferentes bancos que fazem parte do Sistema Financeiro Nacional.ComparativoNa prática, a nova modalidade tende a realizar a mesma função de pagamento com recorrência de um serviço ou compra que o débito automático, mas possuem suas distinções nas características principais.A variante do Pix aproveita todos os benefícios que o meio original traz, mas ausentes no modelo antigo: o gerenciamento direto pelo aplicativo do banco – sem a exigência de entrar em contato com a empresa que receberá o pagamento, como ocorre com o débito – e o agendamento para qualquer data e hora. Fora a possibilidade de criar regras específicas.A tendência vista por especialistas é que este novo formato venha a substituir ou tornar obsoleto o método mais antigo. Ou, pelo menos, funcionar como uma alternativa, como acredita o professor do curso de Administração da ESPM, Paulo Faria.Pix ParceladoEm novembro, o Banco Central irá lançar essa nova modalidade para uniformizar a experiência do usuário no momento das transações.O novo modelo permitirá que os consumidores possam parcelar suas compras realizadas via Pix, enquanto os lojistas receberão o valor integral. BTG, Banco Pan, Nubank, Banco do Brasil, Itaú são algumas instituições que já fornecem a opção do Pix Parcelado.Fonte: Exame, Banco Central, especialistas citados e Pesquisa AT.

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