Dividendos extraordinários voltam ao radar da Petrobras e animam acionistas

Petrobras: Como a recuperação transformou crise em lucro

As ações da Petrobras fecharam em alta expressiva nesta terça-feira (10), após um pregão anterior marcado por perdas motivadas pelo rebaixamento das ações por parte do Bank of America (BofA) e do Santander. A recuperação vem impulsionada por dois fatores: a valorização dos contratos futuros de petróleo e rumores de bastidores sobre uma possível pressão do governo federal para o pagamento de dividendos extraordinários.

Por volta do início da tarde de ontem, os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) subiam 3,22%, negociados a R$ 30,11, enquanto as ações ordinárias (PETR3) avançavam 3,65%, cotadas a R$ 32,38.

Apesar da cautela com o cenário político e da recente revisão negativa de recomendações por grandes bancos, o mercado reage positivamente à possibilidade de que a estatal retome parte da prática de distribuição adicional de lucros aos acionistas, o que tem sido uma demanda recorrente de investidores.

O movimento também é sustentado pela alta do petróleo Brent, que influencia diretamente os papéis da petroleira, além de sinalizações mais favoráveis no mercado internacional de commodities.

A expectativa agora se volta para os próximos comunicados oficiais da companhia e para qualquer manifestação do governo federal ou do conselho de administração da Petrobras a respeito do tema.

Petrobras tem espaço no balanço para pagar dividendos extraordinários, diz Saravalle

Segundo Marco Saravalle, CIO da MSX Invest, a Petrobras possui margem no balanço para distribuir dividendos extraordinários sem comprometer de forma relevante sua estrutura de capital. “A companhia fechou o primeiro trimestre com US$ 56 bilhões em dívida líquida, algo em torno de R$ 326 bilhões, e com base no valor de mercado atual, a alavancagem projetada gira em torno de 1,3 vez. Se distribuísse cerca de R$ 5 bilhões por ano em dividendos extraordinários, como estimado no planejamento estratégico, a alavancagem subiria para algo próximo de 1,4 vez — o que ainda é um número ok, dentro de um patamar considerado confortável. Isso pioraria um pouco a percepção de risco, mas é possível. Trata-se menos de uma limitação financeira e mais de uma decisão estratégica a ser tomada pela diretoria e aprovada pelo conselho”, afirmou.

Governo deve usar dividendos da Petrobras para reforçar caixa, diz Marco Prado

Segundo Marco Prado, apresentador do programa Pre-Market da BM&C News, o movimento positivo nas ações da Petrobras reflete não apenas a alta do petróleo, mas também a expectativa de que o governo use a estatal para reforçar o caixa diante de um cenário fiscal desafiador. “O que o mercado gostaria, mas não vai ter, é uma reforma estrutural de longo prazo. Por ora, o governo busca soluções de curto prazo e, como um dos principais acionistas da Petrobras, deve explorar o pagamento de dividendos extraordinários. Sorte de quem tem ação da Petro, que segue com boas perspectivas, apesar da volatilidade recente”, afirma Prado.

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