Figueirense completa 104 anos e torcedor relembra histórias por ter a idade do clube

Ênio é torcedor símbolo do Figueirense

Ênio Schlemper é um torcedor símbolo do clube – Foto: Rodrigo Polidoro/ND

Ainda não existia o dia dos namorados quando o Figueirense Futebol Clube foi criado. Era 12 de janeiro de 1921, meses antes de nascer seu torcedor vivo mais antigo e que irá completar, assim como o Alvinegro, 104 anos de vida.

Ênio Schlemper, do alto dos seus atuais 103 anos, pode-se dizer que viu o clube nascer, mas teve seu envolvimento direto, com bastante paixão com o Furacão, somente na fase adulta.

O clube que hoje celebra 104 anos de fundação faz parte da vida do Seu Ênio, e da sua imensa legião de torcedores, das mais diversas formas. O Figueirense foi fundado no Centro de Florianópolis, mais precisamente na casa de Ulisses Carlos Tolentino na Rua Padre Roma, mas ganhou o Continente como residência. E é perto do estádio que Ênio segue acompanhando o clube do coração.

“O Figueirense entrou na minha vida em 1960, quando foi inaugurado o Orlando Scarpelli, que era uma arquibancada metálica, e eu ia sempre aos jogos ali e também ia no Pasto do Bode, no Campo da Liga, com o meu filho que já tinha 18 anos. Aproveitamos muito, porque aqui era pertinho e dias de chuva a gente levava uns plásticos e não perdia um jogo. Sou sócio há muito tempo”, conta.

Voltando ao 12 de junho, Dia dos Namorados, a data entrou no calendário nacional em 1948 em uma campanha publicitária de João Dória, que buscava aumentar as vendas em um período de baixa. Nessa ligação de amor entre namorados e clube de futebol, Ênio Schlemper tem na memória nomes que marcaram época com a camisa alvinegra e com um diferencial difícil de ver hoje em dia.

“Albeneir, Casagrande, Pinga, Sebinho, era uma turma boa. Naquele tempo era um pessoal da região e que jogava com amor ao time. Mais recentemente tivemos Wilson, Fernandes, Marcos Cavalo e Túlio”.

A geração da família Schlemper que acompanha o clube – Foto: Rodrigo Polidoro/ND

A história do Figueirense tem 18 títulos do Campeonato Catarinense, campanhas históricas na Série A do Campeonato Brasileiro e partidas que ficaram marcadas para sempre, mas não com um doce sabor na lembrança. Completou no último dia 6 o aniversário de 18 anos da final da Copa do Brasil, em que o Figueira foi derrotado pelo Fluminense.  Na época com 85 anos, Ênio relembra com riqueza de detalhes do fatídico dia.

“E como me lembro, foi um dos dias mais tristes da minha vida. Eu estava lá e bastava um empate (sem gols) para a gente ser campeão. Esse que é treinador do Internacional, o Roger, marcou o gol e foi um balde de água fria no Figueirense”.

Homenagem ao torcedor Ênio Schlemper – Foto: Rodrigo Polidoro/ND

De olho nos próximos anos do Figueirense

A memória preservada de Ênio Schlemper, assim como a disposição para seguir acompanhando o Figueirense, incentiva quem está por perto. Ele ainda vai em todos os jogos, recordou a vitória sobre o Botafogo-PB recentemente, e disse que a companhia segue a mesma, mas com torcida reforçada.

“Eu vou todo o jogo, eu e o meu filho que tem 70 anos. Ele me acompanha desde que tinha 18 anos e vão os netos e bisnetos aos jogos também. O Figueirense é uma das melhores coisas da minha vida. Tirando a minha família, é tudo Figueirense. Como é bom ser Figueirense, tivemos anos de glórias como os sete anos na Série A, época boa que vinha jogador de fora”, reforça.

A lembrança da casa alvinegra, lá nos anos 1960, assim como de lances e lugares especiais, fazem com que o clube, no dia dos seus 104, se torne cada vez mais imortal, mesmo que as administrações recentes tenham quase fechado as portas.

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