Reflação no radar? Gestor vê janelas táticas, mas alerta para juros altos

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Com a valorização de ativos, aumento do apetite por risco e sinais iniciais de aquecimento econômico, o mercado financeiro começa a discutir a possibilidade de um cenário de reflação, quando há retomada da atividade econômica, mesmo com inflação ainda presente. Em entrevista à BM&C News, o gestor Renan Silva, da Bluemetrix, afirmou que o movimento observado é legítimo, mas ainda pontual. “É cedo para falar em reflação sustentada”, pontuou.

Reflação ainda é movimento de curto prazo, diz especialista

Segundo Silva, embora existam janelas táticas de oportunidade, os fundamentos macroeconômicos continuam fragilizados. A política monetária ainda restritiva, com juros elevados, impede uma aceleração mais firme do crescimento.

É um movimento típico de curto prazo. Existem algumas janelas de oportunidade, mas ainda não está claro se veremos algo mais perene na bolsa de valores”, destacou.

Setores agro e de commodities se beneficiam da possível reflação

Mesmo em um cenário de cautela, o gestor enxerga oportunidades em setores específicos, como agronegócio e commodities. Com a recuperação gradual do agro e a valorização de produtos brasileiros em meio à guerra comercial entre potências globais, empresas com exposição externa tendem a se destacar.

O agro teve dois anos difíceis, mas agora há uma reversão clara. Empresas ligadas a commodities brasileiras, e até produtoras de aço com operação nos EUA, podem se beneficiar da guerra tarifária”, afirmou Silva.

Estratégia diante da reflação: seletividade e foco em setores sólidos

Diante da incerteza sobre a sustentabilidade da reflação, a recomendação do gestor é manter disciplina e foco em setores resilientes, evitando decisões baseadas em euforia.

É hora de garimpar oportunidades em setores conservadores e mais resistentes, mas sem exagerar no otimismo. Ainda temos um cenário de política monetária apertada”, alertou.

Reflação deve ser vista como oportunidade tática, não como tendência estrutural

Para Renan Silva, os sinais que apontam para reflação devem ser interpretados com prudência. A valorização dos ativos reflete mais uma janela de oportunidade tática do que uma mudança estrutural de ciclo econômico.

O investidor precisa olhar para fundamentos, avaliar riscos e ser seletivo nas posições. O momento é de atenção redobrada e análise criteriosa dos setores com maior capacidade de adaptação”, concluiu.

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