Maranhense em Israel relata momentos de tensão durante viagem oficial em meio a conflitos no Oriente Médio


Ela integra uma comitiva brasileira que participa de compromissos oficiais em Tel Aviv e outras cidades. Maranhense em Israel relata momentos de tensão durante viagem oficial em meio a conflitos no Oriente Médio
Reprodução/ TV Mirante
A maranhense Verônica Pires, secretária de Inovação e Projetos Especiais de São Luís, encontra-se em Israel em meio à escalada de tensão no Oriente Médio. Ela integra uma comitiva brasileira que participa de compromissos oficiais em Tel Aviv e outras cidades.
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“Estamos em uma universidade e o nosso alojamento tem um abrigo, uma espécie de bunker. Quando soa o alarme, descemos imediatamente com uma mochila pronta, contendo água e remédios, e aguardamos cerca de 10 minutos até ser seguro retornar”, explicou a secretária. Verônica contou que o grupo ouviu os sons das intercepções dos mísseis, mas não houve impacto na região onde estão hospedados, a cerca de uma hora de Tel Aviv.
Desde a noite de quinta-feira (12), o grupo teve que buscar abrigo em áreas protegidas após alertas de segurança. O espaço aéreo israelense foi fechado, incluindo para voos comerciais.
Além da maranhense, representantes de pelo menos seis estados e do Distrito Federal estão em Beit Berl. A Secretaria Municipal de Inovação e Sustentabilidade de São Luís emitiu um comunicado informando que a secretária está em segurança, seguindo as orientações das autoridades locais e mantendo contato com os canais diplomáticos brasileiros.
A Embaixada de Israel no Brasil afirmou nesta sexta-feira (13), em nota, que as delegações de políticos brasileiros que cumpriam viagem oficial ao país nesta semana estão seguras e que o governo israelense trabalha para viabilizar o retorno ao Brasil. O Ministério das Relações Exteriores ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.
Maranhense encontra-se em Israel em meio à tensão no oriente médio
Israel x Irã: como o conflito evoluiu até o ponto mais tenso
Israel e Irã trocaram ataques entre quina e sexta-feira (13), trazendo o conflito entre os países para um nível sem precedentes.
Os eventos das últimas 24 horas têm ponto de partida em abril de 2024, quando Israel bombardeou a embaixada do Irã na Síria. Depois disso, Israel executou o líder do Hezbollah, provocando uma resposta do regime iraniano que, em outubro do ano passado, lançou mais de 200 mísseis sobre o território de Israel.
Junho de 2025
A escalada da tensão volta a acontecer, dessa vez motivada pelo fortalecimento do arsenal nuclear por parte do Irã.
O país prometeu aumentar “significativamente” sua produção de urânio enriquecido. O anúncio aconteceu logo após um conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão regulador de energia nuclear da ONU, adotar uma resolução que condena o Irã e o acusa de violar obrigações de não proliferação nuclear pela primeira vez em quase 20 anos.
O ataque de Israel, como retaliação às movimentações nucleares, já era iminente.
Na quarta, os Estados Unidos tinham começado a esvaziar embaixadas no Oriente Médio devido ao risco de ataques entre os dois países causarem distúrbios na região.
Na noite desta quinta-feira (12), a Força Aérea Israelense realiza um ataque aéreo em direção ao Irã. O ataque matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri, além de dois cientistas nucleares.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel iniciou uma guerra e que receberá um “destino amargo”.
Irã retaliou lançando mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém; explosões foram ouvidas na maior cidade israelense. Segundo Israel, iranianos estão alvejando civis.
Acusações contra os EUA
Editoria de arte do g1
Outubro de 2024
Em outubro de 2024, a tensão entre Israel e Irã voltou a aumentar. O conflito, na época, foi motivado pelos assassinatos dos chefes do Hamas e do Hezbollah, que morreram em bombardeios israelenses.
Como retaliação às mortes, o Irã realizou um ataque com cerca de 200 mísseis em direção ao território israelense, em 1º de outubro.
Logo após o ataque, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Irã cometeu um “grande erro” e iria pagar.
A resposta veio no fim do mesmo mês, quando um ataque de Israel ao Irã deixou quatro soldados mortos.
Abril de 2024
Em 1º abril de 2024, Israel bombardeou a embaixada do Irã na Síria, matando três comandantes da Guarda Revolucionária iraniana, incluindo Mohammad Reza Zahedi, comandante sênior da guarda — veja quem foi Zahedi.
Poucos dias depois, líderes de Irã e Israel voltaram a trocar ameaças. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, voltou a prometer um revide. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, disse que Israel responderia a um possível ataque iraniano.
Em 13 de abril, o Irã envia drones para atacar Israel, após Netanyahu afirmar que o país estava preparado para um “ataque direto” do Irã.
Guerra fria
Irã e Israel estão em uma espécie de “guerra fria” há anos. O Irã tenta mostrar poder no Oriente Médio e a sua rede de influência regional contra os EUA e Israel sem precisar entrar em conflito direto por meio de ataques do chamado “eixo da resistência” em múltiplas regiões do Oriente Médio.
O “eixo” coordenado pelo Irã é predominantemente formado por milícias xiitas e tem entre os pilares principais Hezbollah, Houthis, Hamas (o único sunita) e facções de apoio no Iraque e na Síria.
Tel Aviv é atingida em meio à escalada de ataques
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