Falta de medidas efetivas de corte de gastos aumenta resistência do Congresso ao pacote fiscal do governo


Nesta sexta-feira (13), uma coalizão que representa 20 frentes parlamentares se manifestou contra a medida provisória do governo que aumenta tributos, pedindo a devolução imediata da MP. Falta de medidas efetivas de corte de gastos aumenta resistência ao pacote fiscal do governo
A falta de medidas efetivas de corte de gastos aumentou a resistência do Congresso ao pacote fiscal do governo.
Mais de 90% do Orçamento do governo estão comprometidos com as despesas obrigatórias. A maior delas, a conta da Previdência Social, passa de R$ 1 trilhão – ocupa mais de 40% dos gastos.
O economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, disse que é preciso rediscutir a política de reajuste do salário mínimo e a vinculação do valor do mínimo aos benefícios da Previdência:
“O salário mínimo tem aumentos reais, e esses aumentos reais são transportados para uma série de outras rubricas de gastos do governo, como benefícios previdenciários, benefício de prestação continuada, etc. Eu acho que tem que partir do Executivo e do Congresso. Os dois poderes são igualmente responsáveis e devem procurar um acordo. O que eu acho que pode viabilizar o acordo é fazer as coisas gradualmente. O mais importante é que a gente vá na direção correta, vá reduzir, por exemplo, no caso das vinculações, vá reduzindo gradualmente, vá dando uma flexibilidade. E isso poderia viabilizar politicamente um ajuste e trazer maior tranquilidade de que, mais à frente, as contas públicas vão estar em ordem”.
Falta de medidas efetivas de corte de gastos aumenta resistência do Congresso ao pacote fiscal do governo
Jornal Nacional/ Reprodução
O líder do governo no Congresso disse que pretende construir acordo para temas como o fim dos supersalários.
“Tratar o tema dos supersalários é uma das prioridades do governo, que nós estamos pedindo a compreensão do Congresso Nacional para debatê-la junto conosco, porque esse se tornou um problema crônico para ser enfrentado. Eu diria que colocar o Pé-de-Meia dentro do piso, enfrentar temas como os supersalários e ajustar temas da Previdência, como já estão nas medidas do governo, são medidas indispensáveis para serem avaliadas”, afirma o senador Randolfe Rodrigues, PT-AP, líder do governo no Congresso Nacional.
As negociações entre o governo e o Congresso não avançaram ao longo da semana. Nesta sexta-feira (13), uma coalizão que representa 20 frentes parlamentares se manifestou contra a medida provisória do governo que aumenta tributos, pedindo a devolução imediata da MP.
Na segunda-feira (16), a Câmara vota a urgência de um projeto para derrubar o aumento do IOF proposto pelo governo federal.
“Ou o governo prepara um pacote de corte de gastos juntamente com o Congresso e juntamente com o Judiciário – o momento é propício para isso – ou medidas de aumento de carga tributária, seja ela qual for, não vão ter o amparo para concordância da Câmara dos Deputados e do Senado. Essa é a minha impressão”, afirma o deputado Cláudio Cajado, PP-BA.
LEIA TAMBÉM
Hugo Motta, presidente da Câmara, marca para 16 de junho a votação de urgência para derrubar decreto do IOF
INSS, Minha Casa, Minha Vida, Farmácia Popular, pesquisa: o que foi atingido pelo congelamento de despesas
Adicionar aos favoritos o Link permanente.