Opinião: “Haddad, o Fernando que não é Henrique”

Em 1993, Fernando Henrique Cardoso assumiu o Ministério da Fazenda com a missão de estabilizar a economia em meio à hiperinflação. Seu trabalho no Plano Real não apenas alcançou esse objetivo, mas o projetou a presidente por dois mandatos, consolidando seu legado como figura central da economia brasileira.

O contraste com Fernando Haddad, é evidente. Haddad tentou se destacar com um “plano fiscal”, mas o resultado revelou sua falta de força política e autonomia para liderar uma agenda econômica transformadora. Diferente do Plano Real, que marcou uma virada histórica e demonstrou liderança técnica e política, o pacote fiscal de Haddad falhou em frear o avanço da dívida pública. Tentando salvar seu “arcabouço fiscal”, ele se limitou a manobras superficiais e cedeu à pressão política do governo Lula 3, incluindo a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil – uma medida claramente eleitoreira. Fernando Haddad não apenas sucumbiu à ala política do governo, mas também mostrou incapacidade de propor uma agenda que equilibrasse responsabilidade fiscal e credibilidade junto ao mercado. O resultado foi uma oportunidade perdida e maior ceticismo sobre a capacidade do governo em garantir estabilidade econômica.

A História dos Fernandos

Fernando Henrique usou o Ministério da Fazenda para consolidar um legado de estabilidade econômica. Já Haddad, mesmo com passagens por cargos relevantes, não conseguiu se firmar como uma liderança transformadora. Como prefeito de São Paulo, sofreu a pior derrota de um prefeito buscando reeleição. No MEC, ampliou o acesso ao ensino superior, mas sem o planejamento necessário, gerando ineficiências. Agora, à frente da Fazenda, Haddad enfrenta desconfiança do mercado e falta de autonomia em um governo focado em interesses eleitorais. Seu apelido “Taxad” viralizou nas redes sociais, reforçando a percepção de que suas medidas se limitam a aumentar arrecadação, sem cortes estruturais.

A fragilidade política de Haddad vai além da imagem pública. O orçamento segue engessado, com 95% das despesas obrigatórias, enquanto reformas estruturais ficam fora de pauta, restringindo avanços em investimento e infraestrutura. A falta de coordenação entre política fiscal e monetária isola o Banco Central na luta contra a inflação. Com a dívida pública crescente, o Brasil se aproxima de um cenário de dominância fiscal, comprometendo a eficácia da política monetária e elevando os custos econômicos.

Haddad poderia ter seguido o exemplo do seu xará, enfrentando pressões políticas para propor reformas estruturais que mudassem a trajetória econômica. Em vez disso, reforçou a imagem de um ministro da fazenda que cede à política miúda e não consolida liderança forte.

Enquanto Fernando Henrique será lembrado pela transformação histórica na economia, Haddad pode ficar marcado como o ministro que perdeu a chance de deixar um legado econômico significativo.

Isso nos leva a algumas reflexões: Haddad saiu enfraquecido após suas recentes derrotas políticas ou sua fragilidade já era evidente? E mais importante: será que ele conseguirá recuperar o capital político necessário para, assim como seu xará, se projetar como um candidato competitivo à Presidência em 2026?

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