Cidade de SP não tem nenhuma dose de vacina contra Covid-19; prefeitura diz que recebeu última remessa em outubro


Ministério da Saúde informou que as entregas de imunizantes ocorrem conforme a adesão da população à vacinação, evitando desperdício. Além disso, disse que uma nova remessa está prevista para a primeira quinzena de dezembro. Já o governo do estado afirmou não ter recebido o total de doses solicitadas. Dados do site De Olho na Fila, que mostra a quantidade de imunizantes disponíveis pela prefeitura.
Reprodução
Até as 19h desta segunda-feira (2), nenhum posto de saúde da cidade de São Paulo tinha vacinas contra a Covid-19 disponíveis, segundo o site De Olho na Fila, administrado pela gestão municipal.
Quando questionada pelo g1, a prefeitura informou que recebeu vacinas pela última vez em outubro deste ano, 60 mil doses, e desde então aguarda uma nova remessa.
Disse ainda que o Programa Municipal de Imunizações (PMI) solicita semanalmente as doses de vacinas necessárias para a demanda da capital aos programas Estadual e Nacional de Imunizações.
Vacina bivalente contra a Covid-19.
Reprodução/Agência Brasil
O Ministério da Saúde é que faz o repasse de doses do imunizante para todos os estados do Brasil. Na época da pandemia, os contratos com as empresas responsáveis pelas fabricações eram feitos de maneira que a quantidade adquirida fosse suficiente para vacinar toda a população.
Em novembro deste ano, a pasta concluiu a compra de 69 milhões de doses de vacina contra a Covid-19. As doses, adquiridas em um pregão, garantirão proteção contra as formas graves da doença pelos próximos 2 anos, segundo o ministério.
Ainda de acordo com a pasta, as entregas atualmente ocorrem de forma gradual, conforme a adesão da população à vacinação, evitando compras em excesso e o desperdício de doses. 
Do total, o governo federal informa que adquiriu:
57 milhões de doses da Covovax (Zalika Farmacêutica) — para pessoas a partir dos 12 anos;
11,92 milhões de doses da Pfizer — para o público infantil.
Desse total, o Ministério da Saúde informou que o estado de São Paulo recebeu 233 mil doses de vacinas contra a Covid-19 entre outubro e novembro, sendo a última remessa em 19 de novembro. Além disso, estão previstas “mais 8 milhões de doses para distribuição aos estados na primeira quinzena de dezembro, garantindo estoque suficiente para até seis meses”.
A governo de São Paulo, porém, informou que solicitou 500 mil doses em outubro, mas recebeu apenas 210 mil. Em novembro, solicitou 150 mil doses e recebeu 23.020 na última sexta-feira (29), que ainda serão distribuídas para os municípios de forma proporcional.
Estoques zerados
Dose da vacina Spikevax contra a covid-19 tem alta procura e já começa a faltar em alguns centros de saúde em Campinas (SP)
Rogério Capela/Prefeitura de Campinas
Além da capital, outras cidades do estado também estão com os estoques zerados. Piracicaba, por exemplo, está sem doses desde 28 de novembro. A última remessa do imunizante foi enviada em 29 de outubro. Em outubro, a cidade também tinha ficado sem o imunizante.
Campinas, também no interior do estado, ficou com os estoques zerados pela segunda vez em menos de dois meses. O mesmo ocorreu em Sorocaba.
Vacinas adquiridas pelo governo federal
A vacina da Pfizer já é conhecida pelos brasileiros, mas a Covovax é novidade (pelo menos por aqui). O imunizante foi desenvolvido pela farmacêutica Novavax e é produzido no Instituto Serum, na Índia, e já é utilizado em países como os Estados Unidos. A Covovax usa uma tecnologia diferente da utilizada pela Pfizer: em vez do RNA mensageiro, utiliza a proteína recombinante.
Diferentemente das vacinas de mRNA, a Covovax é uma adjuvante proteica (um adjuvante é um ingrediente usado para fortalecer a resposta imune). Enquanto outras vacinas enganam as células do corpo para criar partes do vírus que podem desencadear o sistema imune, a Covovax estimula o sistema imune a produzir anticorpos e respostas imunes de células T.
A Covovax foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em janeiro, após solicitação da Zalika Farmacêutica (representante do Instituto Serum no Brasil). Ela é indicada para imunização de adultos e crianças acima de 12 anos.
De acordo com o ministério, a vacina oferece vantagens logísticas, incluindo longo prazo de validade e facilidade de transporte e armazenamento, podendo ser mantida entre 2ºC e 8ºC.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.