Lavagem nasal: o que é e como fazer a prática com cuidado

Conviver com alergias e problemas respiratórios é realmente incomodo, ainda mais quando a sensação que o nariz vive entupido. É por isso que a lavagem nasal se tornou uma prática de higiene frequente, trazendo alívio imediato e ajudando a controlar inflamações como a rinite e a sinusite.

Mulher com leve sorriso segurando um spray nasal próximo ao nariz

Mais que um hábito de higiene, a lavagem nasal pode ajudar a prevenir infecções – Foto: Freepik

O que é a lavagem nasal e por que fazer?

Cada vez mais utilizada para desobstruir as vias áreas e limpar os seios da face, a lavagem nasal é um procedimento natural recomendado para crianças e adultos com quadros alérgicos ou doenças respiratórias.

A forma mais comum da lavagem nasal é com o uso de seringa e soro fisiológico, no entanto, a limpeza pode ser realizada de maneiras diferentes, como a inalação, auxílio de conta-gotas ou jatos nasais.

A prática da lavagem nasal é adotada como um hábito de higiene, removendo as impurezas e agentes causadores de doenças e infecções, como vírus, bactérias e fungos.

Com múltiplos benefícios, o procedimento contribui para a melhora da respiração, redução da congestão, hidratação da mucosa nasal, prevenção de gripes e resfriados, assim como a melhora na qualidade de vida.

Mulher com a cabeça abaixada assoando o nariz

A lavagem nasal é utilizada para limpar o nariz após crises alérgicas ou resfriados – Foto: Freepik

O que os médicos dizem sobre a lavagem nasal

A lavagem nasal é recomendada por médicos otorrinolaringologistas e infectologistas, pois é um método simples e eficiente de limpeza, bem como uma forma de prevenção de infecções que costumam acontecer em estações mais frias ou regiões com alta umidade.

A prática é bem-vista sobretudo para as crianças, o que levou a Sociedade Brasileira de Pediatria a criar seu próprio manual de lavagem nasal, instruindo pais e responsáveis a realizar o procedimento de modo seguro nos pequenos.

Vista como medida de controle para quadros alérgicos ou preventivos contra gripes, a lavagem nasal também precisa ser feita com cautela e não pode ser utilizada como um instrumento para substituir medicamentos nos quadros em que a pessoa realmente possui alergia crônica e faz uso contínuo de remédios.

Outro ponto de atenção é em relação ao preparo do soro fisiológico caseiro e a dosagem aplicada, para que a solução não cause incômodos ou lesões na mucosa nasal.

É importante se atentar a higiene do utensílio usado para a limpeza nasal e a temperatura do líquido, para que a prática não ocasione outro tipo de infecção.

Os principais benefícios da lavagem nasal são a desobstrução das vias respiratórias – Foto: Freepik

Quais são os tipos de lavagem nasal?

Por requerer elementos básicos, a lavagem nasal é um método simples e rápido de fazer. Até por isso, o processo é realizado de maneira caseira.

As diferenças de aplicação são referentes ao líquido que será aplicado nas vias respiratórias e no objeto de utilização, que pode ser uma seringa, aspirador nasal, um conta-gotas ou uma lota nasal, utensílio de cerâmica próprio para a realização da lavagem.

Imagem de um objeto de cerâmica branco, similar a um pequeno regador, com um bico em uma das pontas

A lota é um objeto de cerâmica bastante recomendado para a lavagem nasal – Foto: Reprodução

Quanto aos líquidos, o mais tradicional é o soro fisiológico, que pode ser encontrado em farmácias e drogarias. Já a receita caseira para lavagem nasal é bem conhecida e leva:

  • 2 colheres de chá de sal marinho
  •  1 colher de chá de bicarbonato de sódio
  •  250 ml de água fervida

Para casos em que se busca a descongestão e umidificação da mucosa, as soluções hipertônicas são mais eficientes, enquanto o xilitol, espécie de adoçante natural, pode ser adicionado a fórmula já conhecida para a lavagem nasal, com o benefício de trazer propriedades antibacterianas e antifúngicas.

Lavagem nasal: passo a passo de como fazer

Realizar a lavagem nasal é algo simples e sem segredos. A seguir, vamos te mostrar como os passos principais para fazer o procedimento em adultos e crianças.

Lavagem nasal em adultos

  • Antes de usar qualquer modelo de dispositivo nasal, incline o corpo levemente para a frente em direção à pia (15 graus), para facilitar a saída da solução das narinas.
  • Sempre direcione a ponta do dispositivo (seringa, conta-gotas, lota) para a região lateral da narina, garantindo a vedação ideal para evitar vazamentos.
  • Aplique uma leve pressão ao introduzir a solução, independente do tipo de objetivo usado para aplicação. Abra a boca e comece a respirar por ela para evitar qualquer pressão ou desconforto nos ouvidos.
  • Incline a cabeça lateralmente (aproximadamente 30º) para o lado oposto ao dispositivo.
  • Aplique o volume indicado pela prescrição médica, utilizando a seringa ou outro dispositivo com movimentos suaves durante a lavagem nasal para evitar desconfortos ou possíveis lesões traumáticas.
  • O volume indicado da solução utilizada varia do utensílio escolhido, variando de 5ml (utilizando seringas e conta-gotas) a 150ml (para lavagens mais profundas, com o uso de lotas ou garrafas).
Close no rosto feminino com a pessoa colocando aplicador nasal em uma das narinas

A lavagem nasal pode ser feita com seringas, sprays ou lotas – Foto/Divulgação

Lavagem nasal em crianças

A lavagem nasal em crianças vai depender da faixa etária, tanto pela quantidade de líquido utilizado, tanto pelo objetivo mais prático para a aplicação.

  • Assim como para os adultos, incline a cabeça da criança em 15º suavemente para que o líquido saia sem obstruções pela outra narina.
  • Em bebês, o indicado é uso de seringas ou conta-gotas, utilizando 1ml por aplicação, repetindo o processo caso seja necessário. Nessa faixa etária (0 a 6 meses), o uso de conta-gotas e sprays de aplicação única são recomendados, pois possibilitam a realização da lavagem com a criança deitada.
  • Até os 2 anos, a seringa e o spray nasal são os mais práticos. A partir de 6 meses é possível fazer a aplicação com a criança sentada. A dosagem indicada é de 3 a 20 ml na seringa, com a repetição do procedimento de duas a três vezes por dia.
  •  De 2 a 6 anos, pode se incorporar o uso de garrafinha plástica compressível para aplicação. É recomendável posicionar a criança com o tronco ligeiramente inclinado para frente e a cabeça suavemente inclinada para o lado oposto da narina a ser limpa.

Cuidados na aplicação da lavagem nasal

Para que os efeitos da lavagem nasal sejam duradouros e eficientes, é necessária uma série de cuidados em sua aplicação, já que durante a ação, os objetos utilizados podem ser contaminados com microrganismos presentes nas vias respiratórias.

Dessa maneira, o ideal é realizar a limpeza do bico da superfície utilizada após cada aplicação, bem com a higienização interna do reservatório com água corrente e sabão. Mantenha o utensílio guardado em lugar seco e limpa e o substitua após 3 meses de uso.

Outro ponto que merece atenção, principalmente na aplicação em crianças, é em relação à quantidade de soro utilizado e a intensidade de força usada na aplicação, pois o excesso de pressão pode enviar a solução para o ouvido, causando outros tipos de infecção, como a otite.

Em quais casos a lavagem nasal é indicada

Amplamente recomendada, de bebês a idosos, a lavagem nasal ajuda principalmente quem possui problemas respiratórios ou alergias crônicas.

Indicado para quem possui rinite, sinusite e bronquite, o procedimento é também uma ótima solução para a congestão nasal.

Mulher, em campo de girassois, assoando o nariz

A rinite é uma das inflamações respiratórias que mais atinge a população – Foto: Pixabay

A realização da lavagem nasal também possui efeito preventivo contra infecções virais ou bacterianas, como a própria gripe.

Nas localidades em que o ar é mais seco, a prática ajuda a umidificar as narinas, trazendo maior conforto respiratório.

Suas contraindicações são ligadas a má realização do processo, como inclinar a cabeça para trás, aplicar com força excessiva ou utilizar apenas água na limpeza.

Esses casos podem gerar contaminação cruzada ou lesões, que causam desconforto e um ambiente propício para outros tipos de infecção.

Assim, a lavagem nasal deve ser usada com parcimônia, como um hábito de higiene e sem substituir medicamentos próprios para a saúde respiratória.

Em caso de incômodos mais agudos, suspenda o procedimento e procure um profissional especialista para iniciar o tratamento mais adequado.

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