Mandados embora, trabalhadores que fizeram obras em Macapá cobram seus direitos atrasados

Por RODRIGO DIAS

Profissionais terceirizados que prestaram serviços em obras da Prefeitura de Macapá enfrentam dificuldades para receber seus direitos trabalhistas. Com o aviso prévio chegando ao fim nesta quinta-feira (5), eles ocuparam o prédio da gestão municipal na manhã desta quarta-feira (4) em busca de respostas.

De acordo com o grupo, que representa mais de 50 trabalhadores, as empresas terceirizadas alegaram que o repasse feito pelo município foi insuficiente para quitar os débitos trabalhistas. A empresa Amapá Service deve dois meses de vale-alimentação, enquanto a RM Trindade acumula três meses de atraso. Além disso, os trabalhadores cobram o pagamento do FGTS, que está há um ano e dois meses sem depósitos.

Eles ocuparam o prédio da gestão municipal na manhã desta quarta em busca de respostas. Fotos: Rodrigo Dias

Situação dos trabalhadores

Roniel Praia de Sousa, ajudante de obras, trabalhou por cerca de três anos em projetos como arenas, feiras e escolas em Macapá. Agora, ele busca garantir o sustento de sua esposa e filho de 3 anos:

“Nossa situação está ruim porque já faz alguns meses que recebemos o salário atrasado. Temos família, contas a pagar, e isso dificulta muito. Estamos aqui na frente da prefeitura lutando para conseguir um final de ano digno, com uma ceia fruto do nosso trabalho. O dinheiro da rescisão vai nos ajudar”.

Roniel Praia de Sousa, ajudante de obras, precisa garantir o sustento de sua esposa e filho de 3 anos

Luís Carlos Garcia, ex-fiscal de obras, teve seu aviso prévio encerrado na última segunda-feira (2). Ele decidiu liderar a mobilização trabalhista diante do descaso enfrentado:

“Queremos que o prefeito garanta o repasse necessário para que as empresas paguem os valores pendentes, como FGTS, rescisões e vale-refeição. Temos colegas que já saíram e não receberam nada. Estamos aguardando uma resposta do prefeito”.

Luís Carlos Garcia, ex-fiscal de obras: “Queremos que o prefeito garanta o repasse necessário para que as empresas paguem os valores pendentes”

Espera por diálogo

Até o momento da reportagem, os trabalhadores já aguardavam há três horas por um encontro de alinhamento com representantes da prefeitura, mas não haviam sido atendidos. A incerteza sobre o desfecho agrava a apreensão dos trabalhadores em um momento crítico para suas famílias.

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