1 ano de Milei: economia argentina avança e deixa lições para o Brasil, diz economista

A economia argentina, sob o governo de Javier Milei, está passando por mudanças estruturais significativas. O foco em ancoragem fiscal e a redução do peso do setor público têm criado espaço para o crescimento do setor privado. Especialistas enxergam nesse modelo uma lição para o Brasil, que enfrenta desafios fiscais e juros elevados.

Segundo VanDyck Silveira, economista e comentarista político, o Brasil pode estar no mesmo caminho que a Argentina se não ajustar suas políticas fiscais nos próximos anos. “A Argentina deve servir de lição. O país consumiu prosperidade sem gerar riqueza, financiando esse modelo através de endividamento constante e expansão fiscal”, destacou.

Setor privado cresce com cortes de subsídios

Uma das principais mudanças no cenário argentino é o corte de subsídios, que antes eram amplamente distribuídos, afetando até serviços básicos como eletricidade. Javier Milei promoveu uma revisão estrutural que reduziu o peso desses incentivos sobre as contas públicas.

“O ajuste fiscal foi necessário. Toda a economia estava subsidiada, o que levou a um endividamento insustentável do governo. Isso precisava mudar”, pontuou VanDyck.

O crescimento do setor privado é um reflexo direto dessa mudança. Ao reduzir a dependência de recursos estatais, a Argentina busca estabilizar sua economia e evitar os calotes recorrentes. Vale lembrar que o país já deu 10 calotes em sua história, fator que reforça a imagem de risco moral.

Argentina e o risco moral: o alerta para emergentes

A Argentina é um exemplo clássico do risco moral no cenário global. Por ser considerada “grande demais para quebrar”, o país frequentemente é socorrido por instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

VanDyck alerta que essa dependência pode ter impactos regionais. “Se a Argentina quebrar, o efeito é global. Isso não acontece com outros países menores, mas a crise argentina pode contaminar o humor dos mercados emergentes, como vimos na crise da dívida dos anos 80”, explicou.

Embora os contextos sejam diferentes – já que a dívida argentina era em dólar –, o cenário atual exige cautela. A experiência argentina revela o perigo de confiar no governo como indutor de crescimento econômico.

Brasil deve aprender com os erros argentinos

Para VanDyck, o Brasil deve enxergar a Argentina como um alerta para o futuro. “A Argentina é o Brasil de amanhã se não corrigirmos nossa rota fiscal. O governo pode ser um indutor de crescimento temporário, mas quando os recursos acabam, a economia desmorona”, afirmou.

A análise reforça a necessidade de o Brasil equilibrar suas contas públicas, reduzir o endividamento e evitar políticas expansionistas insustentáveis. Os impactos da política fiscal no setor privado e na confiança dos investidores não devem ser subestimados.

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