Diretor da PF prevê conclusão neste mês da investigação dos atos golpistas de 8 de janeiro

Desde o início dos trabalhos, a PF atua para identificar os responsáveis pelos ataques que depredaram sedes dos Três Poderes em Brasília. A operação envolve a análise de provas, como vídeos e documentos, além de depoimentos de suspeitos e testemunhas. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, anunciou que a investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro deverá ser concluída até o fim de novembro. Em coletiva, Rodrigues ressaltou a importância de seguir princípios básicos na condução da investigação, o que inclui autonomia da equipe, qualidade das provas e responsabilidade em cada etapa.
“Olha, a investigação, como eu sempre disse, tem o seu curso e seu prazo. É necessário que a gente cumpra a tarefa com o nosso trinômio básico: autonomia da equipe de investigação, qualidade da prova e responsabilidade. A equipe tem trabalhado ao longo do tempo com essas premissas e tem a expectativa de ainda neste mês de novembro concluir todas as investigações que existem a respeito dos ataques à nossa democracia”, afirmou Rodrigues.
Andrei falou após uma cerimônia no hangar a PF, no aeroporto de Brasília, em que foi assinado um acordo para aluguel de 2 helicópteros que serão usados em ações de combate a crimes ambientais na Amazônia. Eles vão ficar em Manaus. O contrato é de R$ 46 milhões por cinco anos e a expectativa é que os helicópteros comecem a ser usados já no primeiro trimestre de 2025.
Desde o início dos trabalhos, a PF atua para identificar os responsáveis pelos ataques que depredaram sedes dos Três Poderes em Brasília. A operação envolve a análise de provas, como vídeos e documentos, além de depoimentos de suspeitos e testemunhas.
Investigações
O relatório final da PF deve apresentar novas mensagens encontradas em aparelhos eletrônicos pessoais de investigados.
Na avaliação de policiais, esse material confirma e reforça o envolvimento do ex-presidente na elaboração de uma minuta golpista discutida em reuniões realizadas no Palácio da Alvorada após a eleição de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro saiu derrotado das urnas.
Depoimentos à PF revelaram reuniões entre autoridades para uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
O relatório da PF vai encerrar o inquérito das milícias digitais, que já gerou outros dois relatórios com indiciamentos: um sobre a falsificação de cartões de vacinação e outro sobre desvios de presentes dados por autoridades estrangeiras no governo Bolsonaro, como as joias da Arábia Saudita.
A terceira parte — a da tentativa de golpe de Estado —, demorou mais, segundo uma fonte a par da investigação, porque foi necessário cruzar os dados com os de outro inquérito que corre em paralelo na PF, o que apura arapongagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
As investigações sobre a Abin apontaram que agentes públicos usaram a agência para espionar adversários de Bolsonaro com o objetivo de criar e espalhar fake news. Essas notícias falsas são um ponto de intersecção entre os dois casos: Abin e milícias digitais.
A conclusão das investigações demorou mais que o esperado também porque a PF teve que aguardar a perícia extrair as mensagens dos celulares e computadores apreendidos nas operações de busca já realizadas. Alguns suspeitos não entregaram as senhas dos equipamentos, o que atrasou os trabalhos.
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