MP aponta suposto favorecimento a Paulo Octávio em contrato de R$ 8 milhões com GDF


Valores foram pagos para nova sede da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do DF. g1 tenta contato com ex-vice-governador e a pasta. Paulo Octávio (PSD) em debate na Globo Brasília, nas eleições de 2022
TV Globo/Reprodução
O Ministério Público do Distrito Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (17), uma operação que investiga o suposto favorecimento do empresário e ex-vice-governador Paulo Octávio no contrato de aluguel da nova sede da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do DF (SEDUH). Os agentes cumpriram 30 mandados de busca e apreensão.
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De acordo com as investigações, entre 2021 e 2023, foram pagos mais de R$ 8 milhões em aluguéis — representando um valor mensal de R$ 219,5 mil, além de uma taxa de condomínio de mensal de R$ 98.001,11. O g1 tenta contato com a defesa de Paulo Octávio. A SEDUH não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
Para os promotores, o contrato “implicou no gasto de dinheiro público de forma absolutamente desnecessária, já que anteriormente a pasta ocupava espaço cedido gratuitamente no edifício da CODHAB”.
Ainda segundo as investigações, o contrato não atendeu aos critérios estabelecidos no edital de chamamento público, como proposta fora dos critérios de dimensão espacial e de maior preço. O MP diz que as ilegalidades também foram apontadas pela Controladoria-Geral do Distrito Federal, em 2023.
Os promotores afirmam que há ligação entre Paulo Octávio e o então secretário de Desenvolvimento Urbano Mateus Leandro de Oliveira. A reportagem busca o contato da defesa do ex-chefe da pasta.
“Após deixar o comando da SEDUH, Mateus mudou-se para habitar uma mansão pertencente a Paulo Octávio. Segundo pesquisas no mercado imobiliário, o valor de locação para imóveis de padrão semelhante varia entre R$ 80.000 e R$ 150.000, valor correspondente a mais de cinco vezes o salário do então secretário”, afirma o MP.
As investigações também levaram em consideração provas de outra operação sobre um esquema parecido, em que imóveis do ex-vice-governador, inclusive considerados inadequados e perigosos, abrigaram setores importantes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), segundo o MP.
A operação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do DF.
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