Dólar em R$ 6,05 e inflação menor, no último boletim Focus de 2024

Câmbio elevado gera desancoragem e pressiona cenário fiscal

O último Boletim Focus de 2024, divulgado nesta segunda, 27, revela expectativas do mercado que refletem um cenário de incertezas para a economia brasileira, com projeções de alta na taxa de câmbio e inflação, além de desafios no crescimento econômico. O relatório compila as expectativas de analistas do mercado financeiro sobre indicadores-chave, destacando mudanças nas projeções em relação às semanas anteriores.

Inflação e Política Monetária

A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação do país, manteve-se em 4,90% para o final de 2024, após revisões sucessivas ao longo do mês. A taxa Selic, que baliza os juros no país, é estimada em 12% ao ano, acima do patamar atual de 11,75%, refletindo a expectativa de pressões inflacionárias que possam demandar ajustes adicionais pelo Banco Central.

Crescimento Econômico

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é projetado para crescer 3,49% em 2024, estável em relação à semana anterior. Apesar da manutenção das projeções, analistas apontam para um ritmo de desaceleração em 2025, com estimativa de 2,01%. Esses números indicam uma perspectiva de arrefecimento econômico nos próximos anos.

Taxa de Câmbio

O câmbio, que já vinha em trajetória de desvalorização, teve sua projeção elevada para R$ 6,05 por dólar, consolidando um aumento de quatro centavos em relação à semana anterior. Esse movimento reflete um ambiente global adverso, com valorização do dólar e incertezas políticas e fiscais domésticas.

Contas Públicas

A dívida líquida do setor público deve atingir 62,80% do PIB, um leve aumento em relação às estimativas anteriores. Já o resultado primário permanece negativo, com déficit projetado de 0,50% do PIB, sinalizando desafios para o equilíbrio fiscal em meio a uma arrecadação pressionada e elevados gastos públicos.

Comércio Exterior

As expectativas para a balança comercial seguem uma trajetória de redução, com superávit estimado em US$ 74,15 bilhões, em queda em relação às semanas anteriores. Por outro lado, os investimentos diretos no país estão projetados em US$ 70 bilhões, ligeiramente abaixo da mediana histórica, mas ainda considerados um ponto de resiliência no cenário econômico.

Contexto e Implicações

Os dados do Boletim Focus reforçam os desafios enfrentados pelo governo e pelas autoridades monetárias em 2024. Com a inflação acima da meta, desvalorização cambial e crescimento moderado, o equilíbrio entre estímulo à economia e controle inflacionário se torna cada vez mais crucial. O mercado financeiro seguirá atento às decisões do Banco Central e ao desempenho fiscal do governo como fatores determinantes para a confiança e estabilidade econômica nos próximos meses.

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