“Artesanato me salvou da depressão”, diz moradora de Vila Velha

Rosiane durante uma feira de artesanato: ela encontra amigos, mostra o seu valor e consegue cuidar dos sobrinhos

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Clóvis Rangel/AT

Moradora de Vila Velha, Rosiane Bispo, de 50 anos, adotou dois sobrinhos que foram abandonados pela mãe. O gesto, porém, trouxe também uma carga emocional, que se transformou em depressão e o desemprego tornou a situação ainda mais preocupante.Foi aí que Rosiane começou a fazer artesanato de madeira para sair do aluguel, manter os meninos e ter uma forma de ocupar a mente. Hoje, ela construiu a casa própria, superou as crises depressivas e viaja em todo o Estado para participar de feiras.“O artesanato virou meu sustento e me salvou da depressão. Vendendo artesanato, construí minha casa e venci essa doença”, disse.O artesanato, que começou como uma válvula de escape, tornou-se a principal fonte de renda e de orgulho para ela. Segundo Rosiane, as feiras são onde ela pode divulgar e vender suas peças e são também locais de encontro com clientes que reconhecem e valorizam seu trabalho.“A cada feira, a cada cliente que aprecia meu trabalho, eu sinto que a vida vale a pena. Sinto que o pior ficou para trás e que posso enfrentar qualquer coisa. A arte me deu não só uma nova vida, mas também uma missão: mostrar para outras pessoas que, mesmo nas situações mais desafiadoras, é possível transformar a dor em criação, em beleza, em vida”.Para a psicóloga e terapeuta ocupacional Renata Almeida, casos como o de Rosiane não são raros.“O trabalho manual é uma forma terapêutica reconhecida. Ele estimula o foco, a criatividade, e proporciona uma sensação de controle e realização”, explica Renata.Segundo ela, atividades como o artesanato podem ter efeitos significativos para quem enfrenta quadros de depressão. “A criação exige concentração e cria um propósito. A cada peça concluída, a pessoa sente que é capaz, que tem valor. E isso é fundamental para resgatar a autoestima e vencer as crises”.

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