Deepfake viraliza vídeo falso de Renata Vasconcellos sobre Bolsonaro e EUA

Um vídeo que circula no Facebook e em outras redes sociais simula uma suposta reportagem do Jornal Nacional, com a jornalista Renata Vasconcellos anunciando que os Estados Unidos romperiam parcerias com o Brasil caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja preso. A mensagem menciona sanções econômicas, corte de acordos comerciais e até isolamento diplomático. Mas tudo não passa de uma manipulação digital. É falso, uma deepfake.

Deepfake simula telejornal da Globo com notícia inventada

O vídeo, criado com uso de inteligência artificial, imita o estilo de uma edição do Jornal Nacional. A suposta fala de Renata Vasconcellos afirma que autoridades americanas entraram em contato com o governo brasileiro e ameaçaram uma retaliação internacional caso Bolsonaro seja detido.

No entanto, não há nenhum registro dessa informação nos canais oficiais da TV Globo, tampouco em veículos da imprensa brasileira ou internacional.

IA identificou 99,8% de chance de deepfake no vídeo

Uma verificação feita com a ferramenta Hive, especializada em detecção de conteúdo manipulado, apontou que há 99,8% de probabilidade de o vídeo ter sido gerado por inteligência artificial. Já o áudio apresenta 98% de chance de ter sido criado pela plataforma ElevenLabs, famosa por reproduzir vozes com alta fidelidade.

Ou seja: o vídeo é falso e foi inteiramente fabricado para parecer real.

Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado

A circulação do vídeo acontece após o avanço do processo judicial contra o ex-presidente. Em 26 de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia que torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado. O julgamento está previsto para ocorrer entre setembro e outubro de 2025.

Pressão internacional? Não há indícios

A narrativa da suposta “pressão dos Estados Unidos” não é sustentada por nenhuma fonte confiável. Não houve declarações públicas, notas oficiais nem vazamentos que confirmem qualquer tipo de interferência internacional no processo judicial brasileiro. O conteúdo tem como objetivo confundir o público e gerar desinformação.

Como se proteger de vídeos falsos

Com o avanço da tecnologia de deepfake, identificar manipulações exige mais atenção. Desconfie de vídeos com mensagens bombásticas que não aparecem em veículos confiáveis. Verifique a fonte, a data, o contexto e a autenticidade do conteúdo antes de compartilhar.

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