Uma noite de sonho, samba (e carimbó) para Eliana Pittman em show no Rio…


Eliana Pittman saboreia momento de felicidade profissional no show ‘Nem lágrima nem dor’
Reprodução / Instagram Eliana Pittman
♫ CRÔNICA
♩ Não chegou a haver lágrima, tampouco dor, mas os olhos de Eliana Pittman marejaram no palco do Teatro Claro Mais quando a artista carioca ouviu o coro espontâneo do público no canto de Ex-amor (1981), famoso samba de Martinho da Vila, na estreia carioca do show Nem lágrima nem dor na noite de ontem, 21 de abril.
Nascida em 14 de agosto de 1945, Eliana Pittman se aproxima dos 80 anos em instante luminoso na trajetória artística iniciada no mundo do samba-jazz, no alvorecer da década de 1960 ,ao lado do pai, o saxofonista norte-americano Booker Pittman (1909 – 1969).
Ontem, na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ), diante de público disposto a reverenciar a artista, a cantora viveu noite de sonho e samba com o pretexto de apresentar no palco o irretocável álbum Nem lágrima nem dor (2025), dedicado ao repertório do compositor carioca Jorge Aragão, gravado com produção musical de Rodrigo Campos e lançado em março com elogios da crítica, dos seguidores de Eliana e até de quem pouco conhecia a cantora.
A noite de ontem corroborou a felicidade da fase atual da artista. Em cena, a cantora deu voz às nove músicas do álbum – posto à venda no teatro na edição em CD ao lado da recém-lançada edição em LP de Pérolas negras (2024), disco ao vivo de Eliana com Alaíde Costa e Zezé Motta – com canto fiel ao registro do disco, mas sem as presenças na banda de Rodrigo Campos e Thiago França, músicos fundamentais na criação da estética arrojada do álbum Nem lágrima nem dor.
Além do repertório de Jorge Aragão, Eliana Pittman fez emergir Maré mansa (1974), única parceria de Martinho da Vila com Paulinho da Viola lançada na voz da cantora no álbum Tô chegando, já cheguei (1974), LP de vendas impulsionadas pelo sucesso radiofônico do medley com os carimbós Sinhá Pureza (Pinduca) e Carimbó do mato (tema tradicional).
A propósito, Eliana refez o medley na segunda parte do show, encerrado com o samba Do fundo do nosso quintal (Jorge Aragão e Alberto Souza, 1987), veículo para a cantora expressar em cena a gratidão ao público, aos arquitetos do disco Nem lágrima nem dor e ao produtor Thiago Marques Luiz pelo momento glorioso da carreira.
Quase houve lágrima, mas, se tivesse havido, teria sido de felicidade… Eliana Pittman tá chegando de novo, já chegou…
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