Decisão de Moraes é referendada pelo STF e prisão de Collor é mantida

O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou nesta segunda-feira (28/4) a prisão do ex-presidente Fernando Collor, após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes. A decisão foi apoiada por uma maioria de ministros, em um julgamento que atraiu atenção significativa devido à natureza das acusações e à figura pública envolvida. Collor foi condenado por envolvimento em um esquema de corrupção relacionado à BR Distribuidora, atualmente conhecida como Vibra.

A votação no STF resultou em um placar de 6 a 4, com a maioria dos ministros concordando com a decisão de Moraes. Os ministros que votaram a favor da manutenção da prisão argumentaram que os recursos apresentados pela defesa não apresentavam novos elementos que justificassem uma revisão da sentença. Por outro lado, uma minoria de ministros discordou, sugerindo que os recursos tinham base no regimento interno do tribunal.

Quais foram os argumentos da defesa de Collor?

Decisão de Moraes é referendada pelo STF e prisão de Collor é mantida
STF – Créditos: depositphotos.com / diegograndi

A defesa de Fernando Collor apresentou recursos com o objetivo de reconsiderar a pena imposta, argumentando que alguns ministros haviam sugerido punições mais brandas durante o julgamento inicial. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou esses recursos, afirmando que não traziam novas evidências ou argumentos que pudessem alterar a decisão anterior. Segundo Moraes, para que um pedido de revisão fosse aceito, seria necessário que ao menos quatro ministros tivessem votado pela absolvição total, o que não ocorreu.

Como funciona o plenário virtual do STF?

O julgamento ocorreu no plenário virtual do STF, um sistema que permite aos ministros registrarem seus votos eletronicamente, sem a necessidade de debates presenciais. Inicialmente, havia a possibilidade de o julgamento ser transferido para o plenário físico, mas essa ideia foi descartada, permitindo que o processo seguisse de forma virtual. Essa decisão visou agilizar o processo, considerando que uma sessão presencial poderia atrasar a execução da sentença.

1. Inclusão em Pauta:

  • O ministro relator do processo pode decidir submetê-lo ao julgamento no ambiente virtual.
  • As listas dos processos liberados para julgamento são divulgadas no site do STF, e a pauta é publicada no Diário de Justiça Eletrônico (DJe), com antecedência mínima de 5 dias úteis.

2. Sustentação Oral:

  • Após a publicação da pauta e até 48 horas antes do início do julgamento, advogados, procuradores e outros habilitados podem enviar suas sustentações orais em formato de vídeo (AVI ou MP4, com tamanho máximo de 200MB).
  • O envio é feito eletronicamente através do sistema de peticionamento do STF.

3. Votação:

  • A sessão virtual tem duração de seis dias úteis, começando às 11h da sexta-feira e terminando às 23h59 da sexta-feira seguinte. Se houver feriados no período, o prazo é prorrogado para manter os seis dias úteis.
  • Durante esse período, os ministros registram seus votos eletronicamente, podendo acompanhar o relator, divergir ou acompanhar a divergência, com ou sem ressalvas.
  • Caso um ministro não se manifeste dentro do prazo, sua ausência é registrada como “não participação”. Anteriormente, a falta de voto era computada como acompanhamento do relator, mas essa regra foi alterada.

4. Pedido de Destaque ou Vista:

  • Qualquer ministro pode pedir destaque para que o processo seja julgado presencialmente.
  • Ministros também podem pedir vista (mais tempo para análise), e a devolução pode ocorrer no próprio ambiente virtual, com a concordância do relator.

5. Quórum e Resultado:

  • O julgamento virtual segue as mesmas regras de quórum das sessões presenciais.
  • O placar da votação pode ser acompanhado online, na página de acompanhamento processual do STF.
  • Não havendo quórum ou em caso de empate, o julgamento é suspenso e incluído na sessão virtual seguinte.

6. Publicação do Acórdão:

  • O acórdão é publicado automaticamente após o encerramento da votação.

Quais as consequências para Fernando Collor?

Com a confirmação da prisão, Fernando Collor esgotou suas possibilidades de recurso no STF. Ele foi preso em Maceió e está atualmente em uma sala especial do presídio. A defesa busca agora a possibilidade de prisão domiciliar, citando a idade avançada de Collor e problemas de saúde. Este caso destaca a importância do STF na aplicação da justiça, reforçando que mesmo figuras públicas de alto perfil estão sujeitas às leis do país.

A decisão do STF envia uma mensagem clara sobre a integridade do sistema judiciário brasileiro e sua capacidade de lidar com casos complexos de corrupção, independentemente do status dos envolvidos. A manutenção da prisão de Collor é um lembrete da importância da transparência e da responsabilidade no serviço público.

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